Os glaciares dos Alpes perderam 10% do seu volume nos últimos dois anos, devido a uma baixa acumulação de gelo no inverno e a um forte degelo no verão, segundo o relatório "Estado do Clima Europeu 2022" divulgado esta segunda-feira.
Francisco Ferreira sublinha que a vegetação e os pântanos que substituíram o gelo podem provocar mais emissões de metano. O ambientalista pede, por isso, que as medidas adotadas na COP28 saiam do papel "rapidamente".
O planalto tibetano é conhecido como a "torre de água asiática" porque os rios alimentados por glaciares que fluem da região são a principal fonte de água para grande parte do Sul e Sudeste Asiático. Esse abastecimento é vital para gerar alimentos - desde o cultivo de arroz à apanha de peixe.
"Em 58 anos, perdeu-se 56,22% da cobertura glacial registada em 1962", disse Mayra Mejía, investigadora do Instituto Nacional de Pesquisa de Glaciares e Ecossistemas de Montanha do Peru (Inaigem), a agência estatal que estuda os glaciares.
Os anos extremos sucedem-se e são semelhantes: depois de perderem 6% do volume em 2022, um ano recorde, os glaciares suíços derreteram mais 4% este ano.
"Encontrámos depósitos glaciares extremamente bem preservados perto dos campos de ouro da África do Sul", os mais antigos até hoje descobertos na Terra.
O degelo não pode ser parado "a menos que seja criada uma forma de remover o CO2 da atmosfera", refere o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.