Estudantes voltam a pegar no megafone por um planeta sem voz

Esta sexta-feira, e à escala global, os jovens ativistas voltaram aos protestos pela justiça climática, apelando à ação urgente dos governos mundiais. Em Lisboa, pede-se o fim do recurso aos combustíveis fósseis.

23 set, 2022 - 17:10 • Pedro Valente Lima com Lusa



Foto: Rodrigo Antunes/Lusa
Foto: Rodrigo Antunes/Lusa

Jovens ativistas realizam, esta sexta-feira, mais uma “greve climática global” coordenada para chamar a atenção para os seus receios relativamente aos efeitos do aquecimento global e exigirem mais apoio para os países pobres atingidos pelo mau tempo.

Os manifestantes saíram à rua em cidades como Jacarta, Berlim, Paris e Roma. Em Portugal, os jovens fizeram-se ouvir em Lisboa, com cartazes e faixas exibindo palavras de ordem, como: “Fim à economia fóssil".


Jovens portugueses pedem o fim do uso de combustíveis fósseis. Foto: Rodrigo Antunes/Lusa
Jovens portugueses pedem o fim do uso de combustíveis fósseis. Foto: Rodrigo Antunes/Lusa
A concentração em Portugal foi lançada pelo núcleo de Lisboa da Greve Climática Estudantil. Foto: Rodrigo Antunes/Lusa
A concentração em Portugal foi lançada pelo núcleo de Lisboa da Greve Climática Estudantil. Foto: Rodrigo Antunes/Lusa


O protesto na capital portuguesa, organizado pelo Núcleo da Greve Climática Estudantil de Lisboa, tem a particularidade de se inserir no movimento internacional "End Fossil: Occupy!" ("Fim ao Fóssil: Ocupar!", em português).

Esta iniciativa, com atividades marcadas em 26 cidades, entre setembro e dezembro de 2022, pretende "ocupar centenas de escolas e universidades por todo o mundo", tal como se pode ler no site oficial da greve Climática Estudantil em Portugal.

"Não vamos desistir até conseguirmos o fim da era dos combustíveis fósseis", salientam.


"Queimem fronteiras, não combustíveis", lê-se num cartaz dos protestos em Bangalore, Índia. Foto: Jagadeesh Nv/EPA
"Queimem fronteiras, não combustíveis", lê-se num cartaz dos protestos em Bangalore, Índia. Foto: Jagadeesh Nv/EPA

No entanto, a generalidade das manifestações tem sido organizada pelo movimento de jovens “Fridays for Future”, criado por iniciativa da ativista Greta Thunberg, que começou por protestar sozinha à porta do parlamento sueco em 2018.

Milhares de pessoas concentraram-se em Berlim, por exemplo, para apelar ao Governo alemão que estabeleça um fundo de 100 mil milhões de euros para combater as alterações climáticas.


"Salvem (o planeta) o vosso couro", pode ler-se num cartaz das manifestações em Roma. Foto: Riccardo Antimiani/EPA
"Salvem (o planeta) o vosso couro", pode ler-se num cartaz das manifestações em Roma. Foto: Riccardo Antimiani/EPA
Jovens alemães pedem 100 mil milhões de euros para combater as alterações climáticas. Foto: Clemens Bilan/EPA
Jovens alemães pedem 100 mil milhões de euros para combater as alterações climáticas. Foto: Clemens Bilan/EPA


“Estamos em greve em todo o mundo porque os governos no poder continuam a fazer muito pouco pela justiça climática”, disse Darya Sotoodeh, uma das porta-vozes do grupo na Alemanha.

“Pessoas em todo o mundo estão a sofrer com esta crise e vai piorar se não agirmos a tempo”, acrescentou.


"A vida acima do lucro", pode ler-se numa tarja dos protestos em Paris. Foto: Mohammed Badra/EPA
"A vida acima do lucro", pode ler-se numa tarja dos protestos em Paris. Foto: Mohammed Badra/EPA

No âmbito desta iniciativa, que acaba por reunir cidadãos de várias idades e dos pontos mais remotos do planeta, os jovens faltam às aulas à sexta-feira para se manifestarem pelo planeta.


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