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Diana. A princesa "rebelde" que mudou a face da monarquia britânica

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Diana. A princesa "rebelde" que mudou a face da monarquia britânica

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24 ago, 2017 - 12:09 • Inês Rocha (texto e vídeo), Rodrigo Machado (imagem de capa)

A “princesa do povo” mostrou que dentro do palácio real também há dramas disfarçados de contos de fadas. Vinte anos depois da sua morte, há novos documentários e documentos reveladores: continuamos a montar o puzzle que foi a sua vida.

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Oito coisas que não sabíamos sobre a princesa Diana
Oito coisas que não sabíamos sobre a princesa Diana

“Se pudesse escrever o meu próprio guião, colocaria o meu marido a ir embora com a sua mulher e a nunca mais voltar”.


Esta é uma história de príncipes e princesas, mas soa pouco a conto de fadas. Na voz da própria Diana, a princesa britânica que nos anos 1980 o povo tomou como sua, é uma história trágica – envolve traições, distúrbios, depressão, tentativas de suicídio (ou desesperadas chamadas de atenção que nunca foram ouvidas). No final, os príncipes não vivem felizes para sempre.

O final da história é conhecida: termina dentro de um carro, no túnel da Ponte de l'Alma, em Paris, a 31 de Agosto de 1997.

Mas quem era realmente Diana Frances Spencer, a mulher que mudou a imagem da família real inglesa, ao aproximá-la do povo e ao revelar os seus segredos mais íntimos?

No ano em que se assinalam 20 anos da sua morte, o mundo continua a descobrir novas peças do puzzle que foi a vida desta mulher, que, duas décadas depois, continua a incomodar a monarquia britânica.

Três documentários inéditos, baseados em diferentes gravações da princesa e em depoimentos dos dois filhos, William e Harry, trazem a público detalhes sobre o casamento com o príncipe Carlos e a vida após a separação.

Do noivado a um casamento que foi o “pior dia” da sua vida; da luta contra a bulimia às tentativas de suicídio; a relação extraconjugal do marido e a pressão crescente dos media. Os pormenores são revelados na voz da própria Diana, que, segundo Andrew Morton, o autor da biografia “Diana: Her True Story” (1992), estava “desesperada por contar a sua história”.

O que o mundo não sabia, quando Morton publicou esta primeira biografia, é que o escritor teve uma fonte imbatível para a escrever: a própria princesa. A sua colaboração só foi revelada após a sua morte, com a reedição do livro e um novo título: “Diana: Her True Story in Her Own Words” (Diana: a sua verdadeira história nas suas próprias palavras).

No entanto, as gravações das entrevistas a Diana feitas em segredo no Palácio de Kensignton, que serviram de base para o livro, só agora foram reveladas, no documentário “Princesa Diana: Na Primeira Pessoa”, transmitido em simultâneo nos canais National Geographic e Fox Life, a 6 de Agosto.

Uma jovem “gorducha”, que fazia “muito barulho”

Nestas entrevistas, Diana começa por recordar uma infância muito “infeliz” e “instável”, causada pela relação conflituosa entre os pais. “Lembro-me de o meu pai bater na minha mãe, de eu estar escondida atrás da porta. Ela estava a chorar." Confessa que o divórcio dos pais, em Abril de 1969, quando tinha apenas oito anos, a tornou uma pessoa “distante”.

Ainda assim, a jovem em que se transformou, que recorda como “uma rapariga gorducha, sem maquilhagem, nada elegante, mas que fazia muito barulho”, chamou à atenção do príncipe Carlos, na época o “herdeiro mais cobiçado do mundo ocidental”, como anunciavam os noticiários em todo o país.

Diana não foi a primeira nem a segunda escolha do príncipe, que tinha já 30 anos e um historial recheado de romances – um deles, aliás, com a irmã mais velha de Diana, Lady Sarah, em 1977. Foi nesse ano que se conheceram, quando a jovem tinha apenas 16 anos. Mas foi no Verão de 1980 que a história realmente começou.


Quando se sentaram num fardo de palha e Diana disse ao príncipe que tinha notado a sua tristeza no funeral do tio-avô, o lorde Mountbatten, e que “devia estar com alguém que cuidasse de si”, a jovem educadora de infância, com apenas 19 anos, não imaginava o que estava para vir. Nessa noite, Carlos não a largou. “Seguiu-me como um cachorrinho”, diz mesmo, num outro documentário, divulgado dia 6 de Agosto pelo Channel 4.

Naquela noite em que sentiu pela primeira vez o que é ter a atenção de um príncipe, Diana Spencer não sabia que, 13 encontros depois, estaria a subir ao altar da catedral de São Paulo para se tornar a princesa de Gales. Mas sabia, no seu íntimo, que nunca se tornaria rainha.

"Não vais ser rainha, mas vais ter um papel difícil"

Foto: Laszlo Varga/EPA


Quando Carlos a fez sentar e perguntou “Aceitas casar comigo?”, Diana riu-se e pensou: “Isto é uma piada”. Na altura, já sabia que havia outra pessoa na vida do príncipe de Gales. E aqui estava ele, a fazer a pergunta que todos esperavam que ele lhe fizesse.

Disse: “Sim, está bem”. Mas Carlos estava muito sério. "Sabes que um dia vais ser rainha?"

Diana diz que, naquele momento, uma voz lhe disse, interiormente: "Não vais ser rainha, mas vais ter um papel difícil." E aceitou.

Apesar da má experiência do casamento dos pais, Diana acreditava que um pedido de casamento era sinónimo de amor. Foi assim que respondeu àquele pedido com um fervoroso: "Amo-te tanto, amo-te tanto!" A resposta do futuro marido ficou-lhe gravada na memória: "O que quer que o amor signifique."

Reflectiu muito sobre esta resposta, que a marcou. “Com a minha imaturidade, que era enorme, pensei que ele estava apaixonado por mim – e estava, ele parecia estar perdido de amores, mas não era genuíno”, diz, mais tarde, nas entrevistas que deram origem ao documentário.

Mas Carlos repetiu esta resposta em público, numa entrevista, dias mais tarde. A declaração, que deixou Diana visivelmente embaraçada, tornou-se célebre.


Nesta altura, os "paparazzi" já faziam parte da sua vida. Habituou-se a dormir com dezenas de repórteres à sua porta. A perseguição tornou-se “insuportável”.

À pressão dos média juntou-se a noção de que nunca teria uma relação a dois com o príncipe Carlos. Camilla Parker-Bowles, a “amiga de longa data” que já tinha tido uma relação com Carlos anos antes, estava sempre presente.

Mas quando começou a ter dúvidas sobre a decisão que tomara, era tarde demais. Carlos “tinha encontrado a virgem, o bode expiatório” que a família procurava. Diana era a noiva ideal: com apenas 19 anos e sem um “passado” amoroso, estava livre de escândalos. Vinha da aristocracia inglesa, era bonita. Por isso, quando dias antes do casamento disse às irmãs “não posso casar com ele”, recebeu uma resposta dura: "Azar, duquesa, a tua cara já está nos panos da louça, já não podes voltar atrás."

Casamento, o “pior dia” vida de Diana

Nesta altura, Diana já lidava com um distúrbio que havia de a atormentar durante anos: a bulimia. Nas entrevistas que deu ao amigo James Colthurst, em nome de Andrew Morton, conta que os episódios começaram na semana seguinte ao pedido de casamento.

Lady Di recorda que, nessa altura, Carlos pôs a mão na sua cintura e disse: "Estamos gordinhos, aqui, não?". “Isso fez disparar algo em mim”, disse Diana. Começou a vomitar para “libertar a tensão”.

“Na primeira vez que me tiraram medidas para o vestido de casamento, tinha 73 centímetros de cintura. No dia em que me casei tinha 60”, lembra.

Na véspera do casamento, teve um episódio grave de bulimia. Comeu tudo o que encontrou em casa. "Fartei-me de vomitar nessa noite, foi um sinal claro do que se estava a passar", conta Diana.

“No dia seguinte, sentia uma calma tremenda. Sentia-me um cordeiro a caminho do matadouro”, afirma.

A princesa garante que o conto de fadas que todos achavam que estava a viver não existia. O casamento, a 29 de Julho de 1981, foi “o pior dia” da sua vida. Sabia que Camilla lá estava. “Quando saí do altar, eu vi-a, com o seu chapéu de pano cinza. Vi-a com o seu filho Tom, em cima de uma cadeira”, recorda.

Lembra-se de ver toda a gente feliz, por pensarem que os noivos estavam felizes. “Eu tinha um grande ponto de interrogação na minha cabeça”, recorda. “Não fazia ideia onde me estava a meter. Nenhuma ideia.”

Carlos levou oito livros para a lua-de-mel. A princesa estranhou, mas depois percebeu que não era suposto passarem tempo a sós. Durante o cruzeiro de duas semanas pelo Mediterrâneo, vomitava quatro vezes por dia.

Foi vista por diversos psicólogos e psiquiatras, que lhe receitavam altas doses de Valium, um calmante. “Toda a gente na família sabia da bulimia e todos culpavam a bulimia pelo casamento falhado”, afirma.

O primeiro filho e as “tentativas de suicídio”

Quando soube que estava grávida de William, Diana sentiu que tinha algo a que se agarrar. Mas a gravidez não foi fácil. À bulimia somavam-se os enjoos próprios da gravidez e a sensação de que era ignorada pelo marido. Um dia, quando Carlos lhe disse que se queixava por tudo e por nada, sentiu-se desesperada e atirou-se das escadas abaixo.

Diana sabia que estava grávida. Mais do que uma real tentativa de suicídio, era um grito desesperado por atenção.

O acto causou uma enorme preocupação na rainha Isabel II mas, quando o marido regressou do passeio a cavalo, ignorou o que tinha acontecido.

O nascimento do bebé real, a 21 de Junho de 1982, causou uma enorme euforia no país. Mas para Diana, seguiu-se uma grande depressão pós-parto. A princesa recorda que, no dia do baptizado do filho, sentiu que não foi consultada para nada. “Fui completamente posta de parte naquele dia.”

Mais tarde, em conversa com o psiquiatra que a ajudou a recuperar a auto-estima, confessou que se tentou matar mais três vezes. Logo na lua-de-mel, diz ter tentado cortar os pulsos com lâminas de barbear. Mais tarde, terá cortado o peito e as costas com a navalha do marido. Novamente, mais do que uma vontade de pôr fim à vida, estes actos eram tentativas de chamar à atenção do marido, que parecia estar sempre a ignorá-la. “Eu era rejeitada, não achava que fosse boa o suficiente para esta família, portanto punia-me a mim mesma”, recorda.

Entre o nascimento de William e Harry, a princesa apenas recorda escuridão. “Não me lembro de muito, bloqueei tudo, foi tanto sofrimento”, diz.

O nascimento de Harry foi o fim do casamento. Lady Di recorda que ainda houve uma aproximação entre os dois, semanas antes do nascimento, como nunca tinha acontecido. Mas, logo a seguir, “foi tudo por água abaixo”.

“A rainha deu-me a perceber que eu era a culpada de o casamento correr mal porque o Carlos não conseguia lidar com a bulimia”, recorda.

Em 1986, os episódios eram constantes. Diana chegou até a desmaiar em público, durante uma viagem ao Canadá. Fontes oficiais atribuíram o desmaio à fadiga, mas a verdade é que há cerca de quatro dias que Diana não comia sem vomitar logo a seguir.

A princesa contou que Carlos a repreendeu: “Ele disse que eu poderia ter desmaiado secretamente noutro lugar, atrás de uma porta.”

O confronto com a amante: “Lamento estar no vosso caminho”

Diana conta que só em 1989 ganhou coragem para enfrentar Camilla Parker Bowles. Depois das consultas com Maurice Lipsedge, o psiquiatra que a ajudou a sair da bulimia e lhe deu a entender que talvez o problema não estivesse nela, teve um dos seus “momentos de maior coragem”: decidiu ir à festa de aniversário da irmã de Camilla.

A amante de Carlos aterrorizava-a, conta Lady Di. Ainda assim, aproximou-se dela e disse: “Camilla, apenas gostava que soubesses que sei exactamente o que se está a passar entre ti e o Carlos.”

Camilla deu-lhe uma resposta “interessante”, recorda. “Tu tens tudo o que sempre quiseste. Todos os homens no mundo apaixonam-se por ti. Tens dois filhos lindos. O que queres mais?”

“Quero o meu marido”, respondeu Diana. Camilla baixou a cabeça. “Lamento estar no caminho, obviamente estou no caminho e deve ser um inferno para vocês”, continuou Diana. “Mas eu sei o que se passa, não me tratem como uma idiota.”

Nessa noite, a princesa diz ter chorado “como nunca tinha chorado antes”. Mas aquela conversa tinha sido uma “mudança tremenda”. “Tinha feito algo, disse o que sentia”.

A intensa actividade humanitária e o documentário feito de vídeos privados

Da separação, em 1992, até ao divórcio, em 1996, Diana concentrou-se no seu trabalho humanitário. Foi madrinha de mais de cem instituições sociais e organizações de caridade e colaborava especialmente em campanhas contra as minas terrestres e de combate à sida. A Campanha Internacional para a Proibição de Minas Antipessoais, que ganhou uma grande visibilidade graças ao envolvimento da princesa de Gales, chegou mesmo a ganhar o prémio Nobel da Paz em 1997, após a sua morte.

Foi nesta altura de maior intervenção pública que procurou a ajuda de um actor formado pela London Academy of Music and Dramatic Art, Pedro Settelen, para ganhar confiança e autoridade nos seus discursos.

O que Lady Di não sabia é que estas aulas de oratória, que Settelen lhe deu nos anos 90, dariam origem a um outro documentário. Com o mesmo nome do produzido pela National Greographic, “Princesa Diana: na Primeira Pessoa”, do Channel 4, traz a público gravações em vídeo feitas por Settelen durante as aulas no palácio de Kensington.

O actor terá proposto a Lady Di um exercício: que gravassem a “sua história” em vídeo para que depois ela se visse nas imagens e autoanalisasse.

O professor gravou 16 vídeos da aluna no palácio de Kensington, que mostram confissões da princesa acerca da sua vida privada e íntima.

As imagens mostram uma Diana vulnerável, entre Setembro de 1992 e Dezembro de 1993, na altura da sua separação do príncipe de Gales, a falar abertamente sobre a sua relação com o ex-marido e sobre a sua (escassa) vida sexual.

As imagens terão ficado na posse de Diana, mas em Janeiro de 2001 foram encontradas em casa do seu antigo mordomo, Paul Burrel.

Peter Settelen entrou então numa batalha legal com a família Spencer sobre os direitos das imagens, que venceu em Setembro de 2003. Uns meses depois, vendeu as imagens à televisão norte-americana NBC por uma quantia não divulgada.

As imagens foram transmitidas em 2004, pela NBC, que foi muito criticada pela divulgação das mesmas. No entanto, 13 anos depois, Settelen fez novo acordo com o Channel 4, que as mostrou, este mês, pela primeira vez no Reino Unido.

A paixão proibida durante o casamento

“Princesa Diana: na Primeira Pessoa”, do Channel 4, revela que não foi só o príncipe Carlos a ter relações extra-conjugais durante o casamento de ambos.

Sentada num cadeirão, perante Settelen, Diana confessa que aos 24 anos, em 1985, se apaixonou perdidamente por alguém que “fazia parte de tudo isto”, que mais tarde foi “afastado e morto”. A princesa classifica este como o “maior golpe da sua vida”. Estava até disposta a “desistir de tudo e a ir viver com ele”, diz, rindo-se da sua própria ingenuidade.

Diana à chegada à Tate Gallery, em Londres, em 1997. Foto: Paul Vicente/EPA


Apesar de Diana nunca dizer nomes, a imprensa britânica acredita que estava a falar de Barry Mannakke, guarda-costas real que, em meados da década de 1980, foi transferido para o grupo de protecção diplomática em Londres e, três semanas depois, morreu num acidente de mota.

Lady Di garante que a família real sabia da sua paixão pelo guarda-costas. “Nunca devia ter brincado com o fogo, mas brinquei e queimei-me. Três semanas depois de ele ir embora, foi morto num acidente de mota. Ele foi a maior diversão que alguma vez tive.”

Em conversa com o professor de oratória, Diana desabafa ainda sobre a relação com o marido, de quem se viria a separar meses depois. A princesa revela que o casal já não tinha relações sexuais há sete anos, desde o nascimento do segundo filho, o príncipe Harry. Mas mesmo nos primeiros anos, a princesa classifica as relações como “estranhas, muito estranhas”, afirmando que só aconteciam “uma vez a cada três semanas”. Um intervalo de tempo que estaria relacionado com os encontros de Carlos com Camilla.

Diana revela ainda que, quando confrontou o marido com o seu “affair”, o príncipe respondeu: “Recuso-me a ser o único príncipe de Gales que nunca teve uma amante.”

Lady Di ainda pediu conselhos à rainha, mas a monarca terá respondido: “Não sei o que faças, não há esperança para Carlos.”

Diana sempre foi "uma criança"

O terceiro documentário, “Diana, a Nossa Mãe”, mostra a “princesa do povo” pelos olhos das duas pessoas que lhe eram mais próximas: os dois filhos, William e Harry.


O filme começa com os dois príncipes numa das salas do Palácio de Kensington a abrirem o álbum de família compilado pela própria Diana de Gales. Quando perderam a mãe, William e Harry tinham 15 e 12 anos, respectivamente.

“São poucos os dias em que não penso nela”, garante o filho mais velho. "Continua a ser muito doloroso”, conta Harry.

Vinte anos depois, os príncipes recordam com carinho o esforço da mãe por lhes dar uma vida “normal”. Diana "sempre entendeu que havia uma vida real para lá dos muros do Palácio", explica William.

"A minha mãe valorizava os momentos de privacidade em que podia ser mãe em vez de princesa de Gales”, afiança Harry. “Ela decidiu que, apesar das dificuldades de crescer sendo o centro das atenções, ia garantir que ambos tivéssemos uma vida mais normal possível. E se isso significasse irmos comer um hambúrguer, ir ao cinema ou andar por estradas rurais no seu descapotável a ouvir Enya... tudo isso fazia parte do papel de mãe".

Os dois irmãos recordam uma mãe cheia de sentido de humor. "A nossa mãe sempre foi uma criança. Ela gostava muito de rir e de se divertir", diz William.

A princesa gostava particularmente de brincar com os filhos. William recorda um dia, no início da adolescência, em que a mãe o embaraçou propositadamente: "Um dia, quando regressava da escola, ela arranjou forma de ter cá a Cindy Crawford, a Christy Turlington e a Naomi Campbell. Eu tinha 12 anos e tinha posters delas nas paredes do meu quarto. Fiquei todo vermelho quando as vi, sem saber o que dizer. Atrapalhei-me todo e até caí nas escadas”, recorda o duque de Cambridge, a rir-se.

Mas os príncipes lembram também uma mãe carinhosa: "Ela abraçava-nos e apertava-nos imenso”, recorda Harry. “E pequenino como eu era não tinha por onde fugir. Ficava ali o tempo que ela quisesse abraçar-me. Ainda agora que falo nisso consigo sentir os abraços que ela nos dava. Sinto falta dessa sensação."

Foto divulgada pelos filhos da princesa Diana, por ocasião do documentário "Diana, a Nossa Mãe"

Sobre o casamento falhado dos pais, Harry comenta: "No fundo, ela era uma rapariga normal de 20 anos. Era a Lady Spencer de 20 anos a casar com uma instituição, com a família real britânica. E ela foi uma lufada de ar fresco em tudo o que fez".

Os príncipes recordam ainda o último telefonema que tiveram com a mãe. “O Harry e eu estávamos ansiosos por desligar o telefone e nos despedirmos para ir brincar. Se soubesse o que ia acontecer não teria sido tão displicente em relação ao telefonema. Aquele telefonema é algo que tenho muito presente na minha mente”, confessa William.

Harry lamenta não ter falado mais tempo com a mãe naquela última oportunidade: “Não me lembro do que disse, mas do que me lembro é de lamentar para o resto da vida a brevidade do telefonema. Tenho de lidar com isso para o resto da vida.”

Diana seria um "pesadelo como avó"

Sobre a dor da perda, William garante que “não há nada que se assemelhe” a isso. “É como um terramoto que atinge a nossa casa, a nossa vida, tudo.” Harry conta que “abafou a dor”. "Eu era tão novo que cresci a pensar que era normal não ter mãe. Acho que foi o típico caso de não querer pensar na minha mãe, e em toda a dor que isso me provocava, porque ela não ia voltar e só ia deixar-me mais triste”, explica.

Hoje, o filho mais velho esforça-se por manter viva a memória da princesa de Gales. Diz que fala dela “constantemente” aos filhos e há muitas fotografias dela pela casa.

“Quando deito o George e a Charlotte, falo dela e tento lembrar-lhes que há… houve duas avós na vida deles. É importante que eles saibam quem ela era e que ela existiu”, garante o príncipe, lamentando que os filhos nunca venham a conhecer a avó Diana.

"A minha mãe seria um verdadeiro pesadelo como avó. Ia adorar os netos, mas ia ser um verdadeiro pesadelo. Ia aparecer muito e, provavelmente, na hora do banho ia armar uma grande confusão de espuma e água por todo o lado", brinca.

Uma imagem que parece ser confirmada pela própria Diana, que se considerava uma “rebelde”. “Só queria estar com pessoas, divertir-me e olhar pelos outros”.

Comentários
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  • SAMANTA
    19 mai, 2018 RIO DE JANEIRO 20:35
    EU SEMPRE SOUBE QUE POR DE TRAS DESSA FAMILIA REAL HAVIA ALGO DIFERENTE NEM TUDO E CONTOS DE FADAS e eu adorava a princesa ela realmente era simples
  • Helder Varela Ismail
    31 ago, 2017 MOZAMBIQUE 09:02
    Realmente é muito triste, pois quem não leu os artigos e não viu os Documentàrios, não imagina o que està por detràs do Conto de Fadas. Dou a minha Opinião salientando que a Famiia Real teve um grande impacto para o Fim triste da Vida desta Princesa, porém, ninguem pode julgar nada, o certo é que por mais que passem muitos anos, a verdade sempre virà. Lamento Bastante. PAZ A SUA ALMA.
  • mara
    28 ago, 2017 Portugal 23:30
    Deixem a infeliz Diana em paz, infelizmente foi infeliz, vitima de muitos pontos que acrescentaram à sua vida, se fez mal Deus a perdoou, o Bem também o fez, agora devem pensar nos filhos que muito devem ter sofrido sem a Mãe, sim porque quem não tem Mãe sofre imenso, pobre ou rico, eu infelizmente sei o quanto sofri por ter perdido a minha tão pequena...
  • desiludido
    25 ago, 2017 Santarém 23:05
    Penso quanto a mim que a comunicação social está a mexer demais num caso que já morreu e que até por respeito à família sobretudo aos filhos não deveria mexer, mas o mal é sempre o mesmo, fosse uma simples moça da sociedade nada interessava como se trata de uma princesa explora-se tudo até à última gota e talvez com muita invenção pelo meio.
  • nyckyluz
    25 ago, 2017 Guimarães 13:01
    Linda simpatica carinhosa um sucesso de senhora. A vida é dura mesmo para aqueles que não são tão comuns como nós. A realeza também chora. Os filhos fptam a unica tabua de salvação e as alegrias. Muito dificil a vida desta princesa. Esteja em paz.
  • alfredo
    25 ago, 2017 aguada de cima 11:40
    É verdade MARCIO, pelo que foi dito, apenas mostrou a sua face e agora alguns queiram fazer do seu nome aquilo que ela jamais foi. Não respeitou ninguém, abandalhou a monarquia e todos aqueles que lhes eram mais próximos, mas bandalhos existem em todas as classes sociais.
  • Ana Ribeiro
    25 ago, 2017 Braga 11:37
    DIANA
  • Desatina carreira
    25 ago, 2017 matosinhos 10:45
    o marcelo em feminino 👙
  • Marcio
    24 ago, 2017 Coimbra 13:37
    Não mudou face nenhuma mostrou apenas a sua face

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