Os desentendimentos entre Gantz e Netanyahu têm-se acentuado nas últimas semanas, mais recentemente após a última ameaça do ministro ao líder israelita de abandonar o gabinete de guerra se este não aprovar um plano pós-guerra para Gaza até 8 de junho.
Dor Shapira garante que a ameaça iraniana lançada no último fim de semana não terá como consequência um desinvestimento ou qualquer recuo da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, espoletada pelos ataques do Hamas a 7 de outubro: "no final de contas, está tudo ligado".
David Rosh Pina, português há vários anos em Telavive, admite que o ataque iraniano deste fim de semana não ficará sem resposta. Mas lembra que o país enfrenta uma profunda crise existencial, entre os problemas do Governo e a má opinião internacional, por causa da ofensiva em Gaza.
"A destruição do complexo torna impossível retomar o trabalho e o hospital ficou totalmente fora de serviço", explicou o diretor do Shifa, Marwan Abu Saada.
Segundo as autoridades palestinianas, terão morrido pelo menos 112 pessoas e 760 ficaram feridas. As Forças de Defesa de Israel alegam que dispararam porque foi ameaçada a segurança de militares israelitas.
Secretário de Estado norte-americano tentou convencer a Turquia de que uma pausa humanitária depende da libertação de reféns por parte do Hamas. Ancara contrapõe e defende troca recíproca de prisioneiros.
Discurso do secretário-geral das Nações Unidas, sugerindo que o ataque do Hamas "não surgiu do nada", levou Telavive a pedir o afastamento de Guterres e a repensar a sua relação com a organização. Nabil Abuznaid defende que o responsável português se limitou a alertar o mundo para um facto.
Rita Dieb é de Beirute há quase 20 anos, desde que casou com um libanês. Perante a ameaça de alastramento da guerra entre Israel e o Hamas, esta portuguesa, natural de Santarém, defende-se do medo, procurando levar uma vida tão normal quanto a situação permite. Regressar a Portugal? Não agora, mas "se a situação se tornar muito grave, pomos essa hipótese".
Investigador do Instituto Português de Relações Internacionais elogia o papel diplomático dos Estados Unidos para evitar que o conflito entre Israel e o Hamas se espalhe a outros países da região. José Pedro Teixeira Fernandes admite que, para já, a retórica de Teerão sobre um eventual envolvimento na guerra não passa disso mesmo. Mas tudo pode mudar. Vai depender da proporcionalidade da anunciada ofensiva em Gaza e do sucesso israelita num eventual desmantelamento da capacidade militar do Hamas. Ainda assim, "não é assim tão simples".