O número de abusadores nas listas entregues às dioceses não tem correspondido, na maioria das situações, ao que consta no Relatório da Comissão Independente (CI) que investigou os abusos na Igreja Católica, nem é apenas de padres no ativo.
"A Conferência Episcopal falhou. Como Presidente da República a expectativa que havia era tão simples, era ser rápido, assumir a responsabilidade, tomar medidas preventivas e aceitar a reparação. E de repente é tudo ao contrário", lamenta Marcelo Rebelo de Sousa.
O membro da Comissão Independente realça que o estudo forneceu à Igreja uma lista de nomes e "informação bastante" para intervir preventivamente no caso de sacerdotes denunciados. Para o antigo ministro da Justiça, "não é verdadeiro dizer que àquela lista de nomes não correspondem factos" e a informação é "mais do que suficiente para iniciar uma investigação e para poder adotar, para já, medidas de natureza preventiva".
Em entrevista à Renascença, Álvaro Laborinho Lúcio, membro da Comissão Independente, realça que o estudo forneceu à Igreja "informação bastante à Igreja "são bastante" para intervir preventivamente no imediato. Para o antigo ministro da Justiça, "até agora, não se verificou uma atitude de compaixão para com as próprias vítimas" e para com o seu sofrimento.
Na reação ao relatório sobre abusos sexuais na Igreja e à lista de alegados abusadores que a Comissão Independente enviou hoje à CEP e ao Ministério Público, bispos portugueses anunciam pedido de perdão público no próximo mês, em Fátima.
Os bispos reúnem-se durante o dia em Fátima, em assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. Conclusões às 18h00, em conferência de imprensa.
A Conferência Episcopal Portuguesa reage aos dados conhecidos, esta segunda-feira, sobre os abusos sexuais na Igreja como uma vontade de no futuro ter uma atitude de “tolerância zero”. "Não toleraremos abusos nem abusadores", disse D. José Ornelas.
Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa voltou a exprimir solidariedade com as vítimas e agradeceu o trabalho da Comissão Independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht: "trabalharam independentemente... foram essas condições desde o início".