A cidade de Lisboa ainda não está descartada da Volta a Portugal em bicicleta, apesar do aumento de número de casos de Covid-19 na região.

Em entrevista a Bola Branca, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) é esclarecedor quanto ao momento em que a preparação da prova se encontra.

“Para já, não estamos a excluir. Estamos a fazer uma ronda pelos municípios que tradicionalmente têm uma possibilidade de maior acolhimento ao ciclismo, sabendo nós que, a 17 de julho, estamos numa situação que poderá não ser a mesma em agosto ou setembro. Estamos a tentar montar um ‘puzzle’ que está permanentemente em movimento “, diz Delmino Pereira.

Com efeito, a Volta, que deverá ir para a estrada entre 27 de setembro e 5 de outubro – datas inscritas no calendário da União Ciclista Internacional (UCI) e de que o Presidente da República e Governo foram informados –, não passa ainda de um esboço: "Neste momento é difícil definir um traçado."

O presidente da FPC fala na montagem de “um plano assente nas circunstâncias que estamos a viver, que são sempre de incerteza”.

Delmino Pereira garante ainda não ter uma decisão tomada quanto à cidade que irá acolher o arranque da Volta.

Orçamento por fechar e muitas preocupações financeiras


No plano financeiro, a FPC parte para a organização da 82.ª Volta a Portugal com objetivos mínimos.

“É pagar as despesas, que são muito avultadas”, diz presidente do organismo, que ainda não conseguiu fechar o orçamento e declina revelar a estimativa de custos para esta edição da prova, envolta em grande incerteza, como se percebe desta entrevista à Renascença.

Conseguir colocar a Volta na estrada, será muito importante para o ciclismo nacional. Delmino Pereira não esconde preocupação pelo momento que a modalidade atravessa, com clubes e corredores a passar por grandes dificuldades financeiras:

“Preocupa-me os ciclistas não estarem a receber ordenados; preocupa-me as equipas terem investido em projetos que não estão a ter retorno publicitário e, tudo isto é um problema do ciclismo colocado nos problemas do país.”

Delmino Pereira sublinha que a FPC tem “a obrigação de defender esta classe profissional” e que está “ a lutar para que seja possível encontrar uma solução, sabendo à partida que não haverá soluções ideais e se houver uma solução já é uma vitória”.