Custódio Castro considera que a paragem do campeonato, devido à pandemia da Covid-19 foi "benéfica" para si e realça que o grande objetivo do Sporting de Braga é manter o terceiro lugar da tabela classificativa.

O treinador, que acabara de subir dos sub-17, em substituição de Rúben Amorim, contratado pelo Sporting, só tinha orientado um jogo da equipa principal (vitória ante o Portimonense, por 3-1) antes da paragem.

Na conferência de imprensa de antevisão da visita ao Santa Clara, relativa à 25.ª jornada da I Liga, Custódio assumiu que a paragem acabou por ser benéfica, porque permitiu um maior conhecimento entre todos.

"Acabámos por nos conhecer melhor e trabalhar um ou outro aspeto que queria ver melhorado, mas isso é tudo no plano teórico, quero ver isso agora no plano prático", sublinhou o treinador do Braga.

Custódio Castro sente os jogadores "preparados, confiantes, ambiciosos" para a retoma do campeonato, a quererem "muito jogar e competir e entrar em campo para lutar pelos três pontos" frente aos açorianos: "Os objetivos no Braga são claros e o grande objetivo é manter o terceiro lugar."

Retoma "é uma incógnita"


Confrontado com as derrotas de quarta-feira de FC Porto e Gil Vicente, que seguiam à frente de Famalicão e Portimonense, respetivos adversários Custódio entende que a retoma "é uma incógnita".

"Nós estamos confiantes e convictos do que temos que fazer e, mais do que nos adversários e noutros jogos, temos que nos concentrar na nossa missão e ambição", referiu o técnico.

Questionado sobre se jogar na Cidade de Futebol, em Oeiras, casa "emprestada" do Santa Clara até ao final da temporada, pode ser uma vantagem para os bracarenses, o técnico elogiou, em primeiro lugar, a opção da equipa açoriana.

"Foi um agente facilitador da retoma e temos que estar agradecidos pelo que fizeram ao optar pelo jogar no continente. Acho que não é uma vantagem, tudo é um pouco incerto, sobretudo nesta primeira jornada, cabe-nos a nós jogar o nosso jogo, interpretar o nosso plano, que o temos bem definido, com coragem e confiança", disse.

Custódio Castro nota, nos jogos que já viu depois da retoma, que "o ritmo é um pouco diferente, mais baixo. "Vê-se os jogadores a tomar decisões algo precipitadas, não vêm o futebol como vão ver daqui a três semanas, e faltam os adeptos: se pudesse acrescer algo, seriam os adeptos", afirmou.

Motivação sem adeptos


Para o técnico, os adeptos têm também "um papel determinante" na vantagem de jogar em casa, pelo que caberá aos jogadores potenciar a motivação intrínseca. "Vem de dentro, porque não vão ter aquele apoio das bancadas que pode ajudar, o fator casa fica mais longe", assinalou.

As lesões de Abel Ruiz e Tormena não terão a ver com a paragem longa, mas o técnico diz-se preocupado com a questão: "Apoquenta-nos um pouco e deixa-nos receosos."

O treinador disse, ainda, ser "claramente a favor" das cinco substituições, porque "beneficia o futebol, o jogo e, principalmente, os jogadores", que, depois desta longa paragem precisam de ser "protegidos".

Sporting de Braga, terceiro classificado, com 46 pontos, e Santa Clara, 10.º, com 30, defrontam-se a partir das 19h00 de sexta-feira, na Cidade do Futebol, em Oeiras, casa "emprestada" do conjunto açoriano.