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Em entrevista a Bola Branca, Miguel Oliveira, piloto da KTM de MotoGP, mostra forte desejo pelo regresso à competição, revelando que esta pausa não tem sido fácil

O calendário de MotoGP está cada vez mais curto. As provas da Alemanha, Holanda e Finlândia foram anuladas e a previsão é que as competições arranquem apenas a 9 de agosto com o Grande Prémio da República Checa.

“As sensações já foram várias. Desde estar um bocadinho desesperado pelo campeonato não começar, ficar um pouco ansioso porque havia uma data para começar o campeonato. As três primeiras semanas foram as mais complicadas, porque havia constantes alterações ao calendário e fazia-me sonhar com um possível regresso", recorda.

No entanto, com o passar do tempo, o piloto português teve de se conformar com a realidade da suspensão das provas.

"Após a terceira semana já demos quase tudo como perdido, porque começamos a ver de uma forma mais natural que as coisas não vão recomeçar com a brevidade que eu gostaria. Aprende-se a aceitar, e nós os portugueses temo-nos adaptado a uma realidade nova com esta pandemia. Falar de desporto numa altura em que a saúde pública é o mais importante, é quase um luxo. Temos de viver com fé e com esperança de regressar o mais rápido possível”, afirma.

O piloto de Almada explica que a manutenção da forma física é muito importante para o regresso, numa modalidade muito exigente a esse nível. Algum tempo antes da temporada começar, Miguel Oliveira entende que os pilotos precisam de alguns dias, para fazer uma mini pré-época.

“O Motociclismo é um dos desportos mais exigentes ao nível físico. Fisicamente continuo a preparar-me, porque a minha prioridade é voltar a 200% quando o campenato começar, até pode acontecer que o ritmo seja bastante mais acelerado do que o normal. Com muito tempo sem pegar na mota, a componente física tem de estar ao mais alto nível, para me poder adaptar o mais rápido possível à mota. Terá de ser uma preparação de um ou dois dias. Fizemos uma pré-época de testes de nove dias antes do Qatar, e voltar a fazê-lo de novo será complicado”, considera.

Nesta entrevista a Bola Branca, Miguel Oliveira pouco habituado a passar tanto tempo em casa, revela que tem ocupado o tempo a polir os troféus que conquistou ao longo sua carreira.

“Nunca tive tanto tempo em casa e há coisas que não tinha reparado, e o estado das taças era uma delas (risos). Desde os 16 anos que estou habituado a viajar e a fazer dos hotéis a minha casa. É um pouco estranho estar em casa para quem está habituado a um ritmo tão rápido, mas aproveita-se para fazer várias coisas, entre elas polir as taças que estão um bocadinho em mau estado (risos)”, conclui.