O antigo internacional português Jorge Andrade acredita que é questão de tempo até Cristiano Ronaldo chegar aos 110 golos pela seleção nacional e bater o recorde de Ali Daei, que apontou 109 pelo Irão.

Ronaldo marcou dois golos frente à Suécia, na terça-feira, e chegou aos 101 ao serviço de Portugal. O primeiro de todos foi marcado numa derrota (2-1) perante a Grécia, no jogo de abertura do Euro 2004. Jorge Andrade, que estava em campo, partilhou vários anos de seleção com o capitão e, em entrevista a Bola Branca, mostra-se convicto de que o recorde de Ali Daei cairá em breve.

"Ele vai atacar esse recorde de forma tranquila, sem obsessão. O Cristiano Ronaldo já dobrou os números de Eusébio e Pauleta na seleção. E como Portugal está envolvido em várias competições, ele terá oportunidade de bater esse recorde. Nós todos estamos a torcer para que tal aconteça", salienta.

Memórias e orgulho nacional


Jorge Andrade fazia dupla com Fernando Couto no eixo da defesa quando Cristiano Ronaldo se estreou a marcar pela seleção nacional. O antigo central ainda se lembra de ver um jovem de 19 anos ser lançado por Luiz Felipe Scolari no início da segunda parte e reduzir, de cabeça, para 2-1, ao minuto 90, em resposta a um cruzamento de Luís Figo:

"Lembro-me perfeitamente do golo do Cristiano Ronaldo no jogo com a Grécia, em 2004. Marcou na sequência de um canto. Foi o seu primeiro golo e o ambiente era muito bom, estávamos maravilhados pela forma como ele entrava nos jogos e com a confiança que demonstrava."

Jorge Andrade, antigo companheiro de Cristiano Ronaldo na seleção nacional, sublinha a capacidade do goleador para se adaptar ao que lhe é pedido por diferentes treinadores. O capitão da seleção é, hoje por hoje, um porta-estandarte de Portugal e um fator de coesão entre os portugueses, considera o antigo defesa.

"Os números de Ronaldo devem servir para colocar todos os portugueses de acordo. Ele tem uma capacidade para se adaptar ao jogo que é fora do normal. É o melhor, evoluiu muito e já não é o mesmo jogador nem tem as mesmas características que apresentava em 2004, quando fez o seu primeiro golo na seleção. Nós, os portugueses, temos de o apoiar. Ele é um fenómeno em todos os sentidos e transporta a bandeira de Portugal por todo o mundo", conclui, em entrevista a Bola Branca.