O antigo líder comunista recusa que a cúpula do partido tenha tido qualquer participação, referindo que “isso serve àqueles que tinham preparado o golpe”. O ex-líder do PCP sublinha que “o que houve foi a preocupação de evitar uma guerra civil”.
A menos de uma semana do Congresso de Almada, a Renascença entrevista os três mais recentes secretários-gerais do PCP no Forte de Peniche. Carlos Carvalhas, Jerónimo de Sousa e Paulo Raimundo traçam o retrato de um partido que se vê a braços com perdas eleitorais sucessivas. “O partido é como é”, resume o atual secretário-geral, que promete uma renovação do Comité Central com mais jovens e mais mulheres.
Quarenta e nove anos depois, a celebração do 25 de novembro de 1975 continua atual. E não deveria ser necessária qualquer justificação para comemorar esta data.
Para o antigo ministro social-democrata, assinalar o 25 de Novembro "não é mais do que celebrar Abril e o que só Abril iniciou: A liberdade e o desejo de democracia".
Foi a primeira vez que o 25 de novembro foi assinalado numa sessão solene no Parlamento. PCP não esteve presente e o Bloco de Esquerda só se fez representar por Joana Mortágua, a deputada que discursou pelos bloquistas.
Pela primeira vez, a Assembleia da República comemora a operação militar do 25 de Novembro de 1975, que completa hoje 49 anos. A sessão solene vai seguir o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril e tem motivado críticas da esquerda.
Onde estavam? Como viveram o dia? Que memória guardam? A Renascença reconstitui os acontecimentos de 25 de Novembro de 1975, tendo por base o testemunho de Fernando Rosas, Basílio Horta, Helena Roseta, António Campos e Agostinho Lopes.
PS, Livre, PCP e Bloco de Esquerda opõem-se à sessão solene do 25 de Novembro e vão deixar lugares vazios no parlamento durante a cerimónia. Acusam a direita de querer “reescrever a História” sem rigor quanto aos “vencidos e vencedores” de há 49 anos.
Um ano e meio depois do 25 de Abril, o país estava dividido política e, acima de tudo, militarmente e essas divisões nem sempre eram claras. Falar em dois polos é simplificar uma teia complexa e dinâmica de pulsões.