Depois de se tornar oficialmente um desporto, e ao ver o breakdance a estrear-se nos Jogos Olímpicos, a dança do varão sente que a oportunidade pode estar perto.

Associada a clubes de strip e cabarés, a dança do varão tornou-se mais "mainstream" e foi reconhecida como desporto pela Associação Global da Federação Internacional dos Desportos (GAISF) em 2017. Na dança, alguns dos movimentos - Jade Split, Marion Amber, entre outros - têm inspiração em famosas “strippers”.

No entanto, esta associação ao desporto pode levar a dança do varão a perder o seu espírito.

“Acho uma pena que alguém queira desassociar a origem da disciplina e do desporto em si. Porque se é um desporto agora, é pelos dançarinos de cabaré que foram os primeiros a dar aulas de dança no varão”, afirma Elodie Katze, a co-fundadora do Wild Pole Studio, numa reportagem da Reuters a um estúdio no centro de Paris, a cidade que vai acolher os Jogos Olímpicos de 2024, entre julho e agosto.

No entanto, segundo o presidente da Federação de Dança de França, Charles Ferreira, talvez “daqui a 10 anos” seja possível a presença da dança do varão nos Jogos Olímpicos. “Para isso é preciso a presença nas redes sociais e chegar às gerações mais novas”, afirmou à Reuters.

Quem pratica considera-o um “desporto muito físico”, que não é muito diferente de algumas modalidades da ginástica, como as barras paralelas ou a barra vertical. “Existem truques que me levaram três anos a fazer porque não tinha força para isso”, conta Clara Pauchet, uma treinadora em Lannion, na Bretanha.