Pelo menos até às eleições europeias, não consta da agenda do primeiro-ministro um eventual apoio a António Costa para a presidência do Conselho Europeu, disse Luís Montenegro, esta quarta-feira, em Bruxelas.

No âmbito da operação “Influencer”, os juízes do Tribunal da Relação consideram que os factos apurados até agora pelo Ministério Público não constituem crime.

Perante este dado, Marcelo Rebelo de Sousa já admitiu que começa a ser mais provável um português no Conselho Europeu. E foi precisamente à entrada para uma reunião dos 27, em Bruxelas, que Montenegro foi confrontado com a declaração do Presidente da República, que preferiu não comentar.

“Eu creio que é oportuno dizer que esse assunto não está nem na agenda do Conselho, nem na minha agenda para o dia de hoje e, portanto, não irei fazer nenhum comentário, nem a essa decisão, nem a esse comentário de Sua Excelência, Senhor Presidente da República”, declarou o primeiro-ministro.

Este é um tema de que, por agora, Luís Montenegro não fala. Nem mesmo quando a Renascença perguntou ao primeiro-ministro se já seria capaz de ser tão afirmativo quanto foi Paulo Rangel, sobre o assunto: “Não está na agenda do primeiro-ministro português, nem estará, devo dizer, até à realização das eleições europeias”.

Já sobre a crise no Médio Oriente, Luís Montenegro admite que o Governo português poderá associar-se a eventuais sanções europeias ao Irão.

“Em primeiro lugar, é preciso condenar o ataque que o Irão desferiu contra o Estado de Israel e, ao mesmo tempo, apelar à contenção por parte de uma eventual reação de Israel, por forma a não haver uma escalada de violência que creio não beneficia ninguém”, afirmou.

“Quanto às iniciativas que podem ser colocadas, essa, das sanções, é uma com a qual nós podemos associar-nos na perspetiva de haver uma consequência que não resulte em mais violência, mas que de alguma maneira possa sinalizar a condenação da comunidade Internacional, e também da União Europeia”, sublinhou.

Luís Montenegro senta-se esta quarta-feira já à mesa com os restantes líderes europeus. Será o primeiro jantar de trabalho do novo primeiro-ministro, num Conselho Europeu. A crise no Médio Oriente é o prato forte no menu.