04 jun, 2009
- Se, por alguma circunstância, fosses morar fora de Portugal, do que é que sentirias mais falta?
Ah! Sem dúvida do nosso clima. E depois, da nossa língua. Do pouco tempo que passei fora de Portugal, chegar ao aeroporto e ouvir falar Português, a sensação é mesmo... estou em casa! O mais curioso é que em todos os países que visitei, havia sempre um Português em qualquer lado. Não propriamente turistas, mas mesmo a trabalhar lá fora.
- Qual o artista, ou a banda, que te faria – ou já fez – correr para ficares na 1ª fila?
Há anos atrás, no Estádio de Alvalade, os Pink Floyd; primeiríssima fila, um verdadeiro “concertão”! A parte melhor de estar mesmo ali à frente foram os efeitos teatrais e dramáticos que os Pink Floyd sempre usaram em palco; de repente, ver assim duas enormes cabeças de porco cair quase em cima da nossa cabeça, foi um susto ( no melhor sentido – completamente imprevisível)! Que “concertão”!
- Qual o defeito que mais detestas numa pessoa? E a qualidade?
Talvez a arrogância seja a característica que menos gosto e que me dispara um efeito não muito positivo (risos). Corre menos bem um diálogo entre uma pessoa assim e eu. A característica que mais gosto é algo inato; a integridade – olhar para uma pessoa, vê-la agir e sentir que essa pessoa age de acordo com os seus próprios valores. Sei que não pareço, mas sou muito observadora ;)
- Estás a fazer o querias ser quando eras pequena? Ou, o que é que ficou pelo caminho?
Sem dúvida! Descobri a rádio ainda muito pequena e fiquei fascinada. Sinto-me muito grata por ter um trabalho que me apaixona todos os dias. Pelo caminho, talvez tenha ficado um sonho de infância, que também tive a sorte de realizar durante alguns anos (se bem que não foi o que mais tarde segui) – ser bailarina clássica. Tenho cá para mim que, como só se vive uma vez, não quero viver a vida que tenho sempre com perguntas “ e se eu tivesse feito isto ou aquilo”? Então, sempre fiz, agi e depois, a vida encarrega-se de nos abrir mais e mais portas.
- Se pudesses reviver um momento, qual seria?
Agora deixaste-me a pensar, António. Talvez voltasse a reviver todos os momentos que passei em palco, como bailarina; estar de novo na Escola Superior de Dança do Conservatório de Lisboa; acordar todos os dias, atravessar o Bairro Alto, chegar às aulas e, no final do dia, sentir que estava com uma forma física estupenda! Era arte pura, dança moderna, contemporânea, dança clássica, música, de manhã até à noite! Afinal, a arte é também uma forma de comunicação :)