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A lógica molecular do olfacto

24 dez, 2013

Como é que conseguimos detectar e discriminar os cheiros? O processo é muito interessante. As substâncias com cheiro são voláteis, ou seja, passam facilmente ao estado gasoso e são transportadas pelo ar que inalamos. Quando o ar entra no nariz encontra uma zona revestida com células muito especiais. As células da parte de cima da cavidade nasal são células sensoriais e têm recetores para os odores. Assim, os cheiros que nos chegam funcionam como uma espécie de campainha que vai enviar mensagens para zonas específicas do cérebro.
Em 2004, o Prémio Nobel de Medicina foi para dois investigadores, Richard Axel e Linda Buck, que identificaram cerca de mil recetores olfativos diferentes! Consegue imaginar? Mas, realmente, só assim é que se explica que consigamos distinguir tantos cheiros diferentes.
O olfato é tão importante que representa cerca de 3% do total dos nossos genes, e noutros mamíferos não é muito diferente. Realmente, a capacidade olfativa sempre foi importantíssima para a sobrevivência e reprodução de muitas espécies. Basta pensar, por exemplo, na forma instintiva e certeira como os animais farejam as suas presas!

*Autoria da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

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