Meditando - 2 de Agosto

Há palavras que são um verdadeiro alimento que se saboreia com gosto e se guardam como um tesouro, a que se pode voltar para interiorizar mais, degustar mais profundamente, captar melhor a riqueza e o sentido, desfrutar como uma iguaria espiritual, comunicar aos outros como uma descoberta e partilhar como uma dádiva.
Há palavras que são reposta a uma busca e a uma fome que por elas é saboreada como um pão de vida. Satisfazem uma fome e cumulam uma satisfação, correspondem a uma necessidade, e provocam a saciedade de quem experimenta uma carícia, um gesto de ternura, uma presença amada, um encontro desejado, uma comunhão compartilhada.
Há palavras que provocam um contágio espiritual, porque trazem até nós o sopro criador que chama á existência aquilo que nos faltava, iluminam os absurdos e contradições da vida porque lhe dão sentido, projectam uma luz sobre as obscuridades do caminho e fazem despontar vias possíveis para alternativas de vida, revelam carismas e vocações latentes que desconhecíamos, produzem fecundidades inesperadas onde a esterilidade parecia ser o destino ou o castigo.
Quando Jesus se apresenta como o «pão da vida», podemos identificá-lo como uma palavra dessas, que mais do que conceito, é vida que se assimila e nos faz entrar noutra dimensão, porque somos alimentados por uma semente divina e um fermento de eternidade!


Carlos Paes