Meditando, 26 de maio

Não estamos em tempos de euforia no que respeita
a vários indicadores habituais da vida da Igreja.
E se repararmos no que acontece no dia-a-dia das nossas comunidades,
ressaltam sinais preocupantes de alguma inércia e indiferença,
de pouca  imaginação e falta de criatividade em termos de futuro.
O cristão sabe que o único e definitivo Senhor da história é Deus
no seu amor misericordioso, indefectível, para connosco.
Todas as nossas leituras são, pois, relativas, conjunturais,
sujeitas aos limites e à unilateralidade das nossas maneiras de ver,
Mas também não há dúvida que a construção da história humana
passa pelas nossas mãos, exige caminhos de fidelidade cristã,
pede lucidez e coragem para realizar
as transformações que se mostrem indispensáveis.
Em termos de acção pastoral, não bastam mais os pequenos horizontes
de quem apenas procura conservar o que vai existindo,
muito menos as atitudes de conveniência, comodismo e apatia.
A Igreja precisa de inequívoca coragem profética no seu seio
para enfrentar as interpelações do presente e rasgar horizontes de futuro,
para que o Evangelho de Jesus seja mesmo caminho de verdade e salvação.

José Eduardo Borges de Pinho