28 mar, 2011
O inopinado discurso de Merkel permite-nos chegar a duas conclusões: a primeira e óbvia é a de que a chefe do governo alemão é mal-educada. A segunda conclusão é mais grave: a chanceler alemã não tem sentido democrático e arroga-se o direito de emitir opinião e criticar as posições dos deputados de um país livre, dum parlamento democraticamente eleito pelo seu povo, neste caso o povo português.
Talvez porque nasceu num país da cortina de ferro, na Alemanha de Leste, Ângela Merkel não aprendeu em pequenina, nem a ser educada, nem a conviver com uma democracia plena. Foi triste assistir a este verdadeiro atentado à democracia por parte da mais forte líder europeia.
Igualmente infeliz foi o comportamento do primeiro-ministro português face a este episódio, pois José Sócrates não só não contestou as palavras de Merkel como até dela se mostrou cúmplice. Valeu pelo menos a curta intervenção de Passos Coelho que assumiu, sem quaisquer complexos, uma discordância frontal relativamente às palavras da chanceler alemã.
Paulo Morais