Comportamento do CDS não é compreensível

O comportamento do CDS na discussão deste Orçamento do Estado é incompreensível. O CDS tem ministros que aprovaram o Orçamento do Estado em conselho de ministros e ao mesmo tempo os deputados do CDS criticam-no violentamente. No final, dizem que vão votar a favor.

É uma estratégia engraçada. Como está no Governo, e quer manter as vantagens que daí lhe advêm, o CDS vota a favor. Mas porque os eleitores dos populares não gostam de aumento de impostos e por lealdade ao eleitorado, um outro CDS critica o Orçamento que tem o maior aumento de impostos de que há memória.

Há assim dois CDS, o que está com o Governo por interesse e o que o critica por aparentes convicções. Mas, das duas uma. Se criticam de mote próprio, os deputados do CDS esquecem que estão a trair os ministros do CDS e em particular o ministro Portas, líder do seu partido.

Mas se foi Paulo Portas que mandou os seus deputados criticarem o Governo e, logo, criticarem-no a si próprio, é a isto que se deve chamar suicídio por interposta pessoa.

Um ministro que se porta assim, devia sair do Governo e dedicar-se ao teatro.