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Paulo Morais

E nasceram as PPP

02 jul, 2012

As parcerias público-privadas são ruinosas para Portugal. Neste modelo de negócio, os lucros são assegurados aos privados e os prejuízos, esses, correm todos por conta do Estado.

E nasceram as PPP
A história das parcerias começou muito mal, já no tempo de Cavaco Silva como primeiro-ministro. A primeira de todas foi mesmo a construção da Ponte Vasco da Gama.

A participação privada na ponte nasceu de um logro. Dizia-se então que o Estado não teria dinheiro e recorria ao apoio dos privados. Uma mentira!

Os privados entraram com apenas um quarto do investimento. O restante foi garantido pelo estado, através de fundos europeus, da cedência da receita das portagens da Ponte 25 de Abril e por um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos. O Estado foi afinal o verdadeiro investidor e garantiu a privados receitas milionárias ao longo de todos estes anos. Só em 2010, o valor das portagens atingiu mais de 70 milhões de euros, o que representa uma rentabilidade superior a 15%.

Curiosamente, ou talvez não, preside hoje à empresa que explora a ponte Vasco da Gama, a Lusoponte, o ministro que concebeu então o negócio, Joaquim Ferreira do Amaral. Gere afinal a concessão que ele próprio se atribuiu.

Foi assim que nasceram as PPP. O que se seguiu foi sempre no mesmo sentido. Mas para pior, muito pior.