18 jun, 2012
Os três últimos primeiros-ministros eleitos prometeram em campanha eleitoral não aumentar impostos. E, contudo, não o tardaram a fazer assim que tomaram posse.
Durão Barroso tinha até anunciado o choque fiscal, com redução de impostos. Sócrates jurou não os aumentar, assim como Pedro Passos Coelho.
Este incumprimento reiterado de promessas tem graves consequências políticas e económicas.
Em primeiro lugar, em termos políticos. Quando prometem em campanha uma política fiscal e fazem depois exactamente o seu contrário, os políticos desacreditam a democracia. Os cidadãos, fartos de mentiras, estão assim mais vulneráveis e receptivos a derivas totalitárias.
Mas também a nível económico, os efeitos são terríveis. Instala-se e propaga-se a ideia de que nada de bom se pode esperar do estado português. Os cidadãos e as empresas sentem que se movem num quadro fiscal que pode mudar a qualquer momento. Não há planeamento que resista. Esta incerteza assusta, gera desconfiança, paralisa a economia e dá origem a pobreza.
Pobres e descrentes, os portugueses estão hoje à mercê de todos os totalitarismos.