Emissão Renascença | Ouvir Online

Paulo Morais

No Estado para se servir ou para servir

23 jan, 2012 • Paulo Morais

Apropriação dos meios do Estado em benefício próprio constitui crime e deveria ser alvo de atenção do Ministério Público.

No Estado para se servir ou para servir
O ex-membro do Governo de Sócrates José Magalhães resolveu decorar o seu gabinete. Uma medida de estética que até nem teria nada de mal, não fosse o facto de essa decoração ter consistido em encher um edifício público com símbolos maçónicos, a brincadeira ter custado uns módicos 60 mil euros e José Magalhães ter aproveitado ainda para dar azo às suas preferências artísticas, com o nosso dinheiro, é claro!

O que Magalhães fez nem sequer é um acto isolado. É infelizmente comum os governantes quando empossados, assumirem todos os meios do Estado que estão ao seu serviço como se fossem seus. Assim, acham que o gabinete ou até o edifício lhes pertence, que os funcionários estão ao seu serviço e até que os meios financeiros servem para satisfazer os seus próprios caprichos.

Isto porque, afinal, muitos deles até já assumiram que os políticos estão nos cargos para se servirem do Estado e não para, no Estado, prestarem um serviço aos seus concidadãos.

É claro que esta apropriação dos meios do Estado em benefício próprio constitui crime e deveria ser alvo de uma intervenção sistemática por parte do Ministério Público. Mas para isso era necessário que o PGR saísse do longo sono em que parece estar mergulhado.