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Francisco Sarsfield Cabral

Cameron, a UE e a imigração

13 mai, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Calcula-se que vivam 800 mil polacos na Grã-Bretanha. O primeiro-ministro quer impor restrições à imigração e já se opôs às quotas de refugiados.

Após o alargamento da UE a países da antiga órbita soviética, em 2004, o governo britânico prescindiu do período transitório para a livre circulação de pessoas provenientes dos novos Estados-membros. Agora, a posição de Londres é a oposta: quer restringir a entrada de imigrantes e o acesso destes a benefícios sociais, ainda que eles venham de outros países da UE. O que mudou?

Foi enorme o afluxo à Grã-Bretanha de pessoas vindas da Europa de Leste. Calcula-se que hoje vivam ali 800 mil polacos. A opinião pública britânica começou a assustar-se. E partidos como o UKIP exploram os sentimentos anti-imigrantes. É verdade que o UKIP só elegeu agora dois deputados – mas foi o terceiro partido mais votado.

Polacos, húngaros e outros já reagiram contra a intenção de Cameron de impor restrições à imigração, mesmo dentro da UE. E Merkel avisou que não admitiria restrições à livre circulação de pessoas.

Este vai ser um ponto fulcral na tentativa de Cameron de renegociar a posição do seu país na UE, para depois submeter os resultados a referendo. Para já, Londres opõe-se à proposta de Juncker de quotas para receber refugiados.