Os excessos nos ganhos dos gestores de grandes empresas levantam problemas éticos, políticos e económicos.
O FMI defende que a remuneração dos administradores dos bancos deve, em parte, ser baseada no desempenho a longo prazo das instituições. O importante, aqui, é o longo prazo. É que os prémios por resultados a curto prazo levaram muitos banqueiros a tomar riscos excessivos, como se viu na crise financeira que eclodiu em 2017 nos EUA e se tornou global.
Os excessos nos ganhos dos gestores de grandes empresas, um dos factores das crescentes desigualdades, levantam problemas éticos, políticos e económicos. Não foi moralmente aceitável, por exemplo, que banqueiros salvos da falência com dinheiro dos contribuintes viessem depois reclamar prémios milionários. Politicamente, situações destas abalam a coesão social e o sentimento de cidadania, que implica solidariedade.
Mas os efeitos negativos das desigualdades na economia são também importantes. Nos EUA os 3% mais ricos recebem 30% dos rendimentos totais; e os 7% seguintes 17%. Assim, para 90% dos americanos fica apenas pouco mais de metade do “bolo”. O que trava a procura e o crescimento económico.