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Francisco Sarsfield Cabral

Professores abandonam

01 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O ensino foi uma saída profissional para muita gente que não arranjava outro emprego. Mas, com a continuada centralização do ensino público no Ministério, a gestão das escolas é um inferno. E quem sai será, provavelmente, em média, mais competente do que quem fica.

Cerca de três mil professores do ensino público terão rescindido o seu contrato com o Ministério da Educação. É natural: em 2000 havia 355 mil alunos no ensino secundário público, contra apenas 37 mil em 1961. Mas em 2012 eram apenas 320 mil. E a tendência para a redução do número de alunos, resultado da nossa baixíssima taxa de natalidade, irá continuar.

Houve um aumento explosivo no ensino até 2000. Nesse ano quase 190 mil professores leccionavam no ensino secundário público. Mas no ano passado já esse número tinha baixado para 150 mil (dados da Pordata). A Fenprof quer fazer-nos acreditar que não há professores a mais, fazendo de nós parvos.

O ensino foi uma saída profissional para muita gente que não arranjava outro emprego. O que, naturalmente, não contribuiu para melhorar a qualidade do ensino. O problema está nos que saem: provavelmente serão, em média, mais competentes do que aqueles que permanecem.

Aliás, com a continuada centralização do ensino público no Ministério, a gestão das escolas é um inferno. Também por isso os professores abandonam a profissão.