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Francisco Sarsfield Cabral

O avanço do extremismo

26 mar, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

As teses extremistas sobre a Europa estão a conquistar as opiniões públicas até nos países fundadores da União Europeia – França e Holanda. Mas será que a direita radical e xenófoba vai, mais tarde ou mais cedo, tomar o poder na Europa?

Os partidos anti-UE e anti-imigração subiram nas eleições locais em dois países fundadores da integração europeia: França e Holanda. Na Grã-Bretanha, o partido que defende a saída da UE e a travagem da entrada de imigrantes, o United Kingdom Independence Party (UKIP), trepa nas sondagens.

Receia-se que estas forças políticas, nestes e noutros países da União Europeia, obtenham uma votação inédita nas próximas eleições europeias.

Será, então, que a direita radical e xenófoba vai, mais tarde ou mais cedo, tomar o poder na Europa? Creio que não. Mas nem por isso a evolução em curso é menos preocupante.

É que os partidos da direita democrática, para não perderem votos, acabam por adoptar posições muito próximas das defendidas pelos extremistas.

A Grã-Bretanha é um caso típico. Por recear o UKIP, o primeiro-ministro e líder conservador David Cameron já prometeu realizar um referendo sobre a manutenção ou saída da UE do seu país em 2017 e toma posições cada vez mais agressivas contra os imigrantes.

Quer isto dizer que as teses extremistas estão a conquistar as opiniões públicas.