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Francisco Sarsfield Cabral

A Ucrânia e os eurocépticos

11 dez, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Os ucranianos querem um acordo comercial com a União Europeia. O presidente do país rejeitou, preferindo uma aproximação à Rússia de Putin, que tenta agora restaurar a antiga república da União Soviética. Talvez seja um alerta aos europeus.

A hostilidade à União Europeia tem crescido em vários Estados-membros. Em França, o partido de Marine Le Pen, anti-europeu e anti-imigrantes, vai à frente nas sondagens. Na Holanda e nos países nórdicos, existem agora partidos desse tipo com apreciável apoio. Na Grã-Bretanha, um clássico país eurocéptico, coloca-se mesmo a hipótese de sair da União Europeia.

No entanto, assistimos na Ucrânia a grandes manifestações a favor de um acordo comercial com a UE, que o presidente do país rejeitou, preferindo uma aproximação à Rússia de Putin.

Em parte, aquelas manifestações traduzirão mais o repúdio popular da Rússia do que entusiasmo pela integração europeia. A Ucrânia era parte da União Soviética, cujo império Putin tenta agora restaurar.

Seja como for, a preferência de milhões de ucranianos pelo que representa a UE – paz, democracia, etc.- talvez alerte muitos europeus desiludidos com as fraquezas da integração para a importância do que já se alcançou na Europa. E que se arrisca a ser destruído se não for travada a actual onda eurocéptica.