20 jul, 2012
O Sporting é, seguramente, nesta altura, o clube que mais esforços vem desenvolvendo na busca de um futuro que assegure a sua continuidade como grande baluarte do desporto nacional, mantendo um ritmo assinalável de aquisições para a sua equipa principal de futebol.
A ruptura com o passado recente, envolto numa mistificação que raramente deixou dúvidas e chegou até a ameaçar arrastar o clube para uma situação a prenunciar o início do seu desaparecimento, está a tentar trazê-lo de volta ao lugar que o coloque ao nível dos demais parceiros que ostentam, justificadamente, o título de grandes.
O desporto, em Portugal, tornar-se-ia aliás menos viável perante uma situação diferente.
Com o círculo do poder a circunscrever-se apenas ao Benfica e Futebol Clube do Porto, a capacidade nacional de medir forças com outras potências europeias ficaria irremediavelmente reduzida, e com menores possibilidades de afirmação.
A actual Direcção leonina, eleita em circunstâncias difíceis, como aliás todos nos recordamos, e colocada perante uma herança de gestão deveras complicada, começou por tentar uma recuperação que visava sobretudo resultados a médio prazo.
Estes, porém, tardam a aparecer.
Algum desnorte parece até ter-se instalado na sua acção face à ausência de proveitos com reflexo em algum desânimo que começa a instalar-se no seio da massa associativa.
A política seguida recentemente e que levou à contratação de jogadores a esmo, não está, para já, a produzir resultados visíveis.
Começa até a haver alguma dificuldade em compreender a sucessiva aquisição de jogadores para ocupar posições que pareciam preenchidas, com a consequente escalada de uma tabela salarial que constitui, cada vez mais, uma enorme preocupação.
Sem receitas provenientes da transferência de jogadores que o Sporting oferece ao mercado, ainda que veladamente, mas que ninguém procura, a situação pode encaminhar-se para um beco sem saída.
O resultado de ontem frente a uma equipa da segunda divisão inglesa e, sobretudo, a exibição que lhe deu origem, terá sido apenas mais uma dor de cabeça para os responsáveis.
Um mau começo, a lançar dúvidas sobre o que vem a seguir.