Ribeiro Cristóvão
A morte de uma lenda
07 jul, 2014 • Ribeiro Cristóvão
Aos 88 anos, e depois de ter sido vítima no passado sábado de uma paragem cardiorrespiratória, Alfredo Di Stéfano faleceu hoje em Madrid, a cidade que adpotara com sua e onde conheceu os maiores sucessos da sua vida desportiva.
Depois de Eusébio nos ter deixado em Janeiro, desapareceu agora outra lenda do futebol mundial.
Aos 88 anos, e depois de ter sido vítima no passado sábado de uma paragem cardiorrespiratória, Alfredo Di Stéfano faleceu hoje em Madrid, a cidade que adpotara com sua e onde conheceu os maiores sucessos da sua vida desportiva.
Di Stéfano foi um caso singular. Mantendo a nacionalidade de três países, Colombia, Argentina e Espanha,“la saeta rúbia” conheceu o apogeu da sua carreira envergando a camisola do Real Madrid, ao serviço da qual conquistou vários títulos, com especial destaque para cinco Taças dos Campeões Europeus e oito campeonatos de Espanha.
Daí que, reconhecendo a sua dedicação sem limites, o Real Madrid atribuiu a Don Alfredo, há catorze anos, o prestigiado título de Presidente Honorário do clube merengue.
Internacional pela sua Argentina natal, pela sua querida Espanha e ainda em quatro jogos amigáveis pela Colômbia, Di Stéfano vivia no entanto com a profunda mágoa de nunca ter participado num campeonato do mundo.
Em 1962 ainda ajudou a Espanha a qualificar-se para o Mundial do Chile, mas uma arreliadora lesão retirou-lhe a possibilidade com a qual tanto sonhara.
Sem a colaboração de Di Stéfano, os espanhóis viriam a tornar-se presa fácil do Brasil, que acabou por conquistar então a segunda Copa consecutiva.
Di Stéfano, que passou fugazmente como treinador pelo Sporting na década de setenta, apadrinhou as entradas de Figo e de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, tendo dedicado sempre um carinho especial aos dois jogadores portugueses, reconhecendo repetidas vezes a alta qualidade e o virtuosismo do futebol de ambos.
Desaparece assim uma lenda do futebol. Permanece, no entanto, a sua gratidão para com a modalidade que o transformou para sempre num ídolo em todo o mundo.
Uma vistosa bola em mármore pode ser vista à entrada da sua vivenda em Madrid com uma inscrição simples mas deveras significativa: “a ti, mi vieja”.