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Ribeiro Cristóvão

Esperar para ver

07 abr, 2014

Este ano, mesmo com o primeiro título ali à mão, o técnico do Benfica não arrisca.

O Benfica persiste num comportamento que difere por completo daquele que, no ano passado, por esta altura, deixava à vista de todos um exuberante optimismo que, como depois se viu, acabou por dar mau resultado.

Então, foram-se o Campeonato, a Liga Europa e, para fechar com chave de lata, a Taça de Portugal, naquela final inesquecível, onde o emblema da águia juntou à derrota frente ao Vitória de Guimarães, a desconcertante cena na qual Tacuara Cardozo e Jorge Jesus foram cabeças de cartaz.

A lição então recebida, um revés para o orgulho e arrogância então visíveis em Jorge Jesus, produziu claros efeitos, tendo ficado mesmo como um aviso que esta época tem sido constantemente recordado, para que não haja uma segunda edição desses fatídicos momentos que a história há-de recordar sempre.

Este ano, mesmo com o primeiro título ali à mão, o técnico do Benfica não arrisca. E, por isso, apenas promete estabelecer metas jogo após jogo, sem se preocupar se a equipa que comanda volta a proporcionar aos seus prosélitos e a todos os demais adeptos do bom futebol, os agradáveis espectáculos que então proporcionou meses a fio, sempre na convicção de que os títulos viriam por acréscimo.

Já se viu que Sporting e Futebol Clube do Porto persistem em ganhar cada jogo, sempre na expectativa de poderem melhorar as suas posições beneficiando eventualmente de uma possível escorregadela do adversário que segue na dianteira.

Só que, esse improvável  deslize tarda, e não se vislumbra outra alternativa que não seja a de ver o Benfica festejar o título muito antes de o campeonato chegar ao fim. Título merecido, aliás, ainda que muitos continuem a recusar o reconhecimento do seu  primeiro lugar no pódio.

Até logo à noite, há ainda quem se mantenha em suspense. Os encarnados recebem o Rio Ave, já muito distanciado dos lugares europeus, mas mantendo a tendência de ser mais forte nos jogos realizados fora de portas, do que quando recebe os seus adversários em Vila do Conde.

Também com o sentido na Liga Europa onde, apesar de tudo a próxima tarefa está facilitada, a Jorge Jesus compete gerir o plantel com a proficiência com que o tem feito até aqui. E, com o onze que entender melhor, vai dar certamente, com os seus sócios e adeptos que se deslocarem ao estádio da Luz, mais um passo rumo ao título que lhe escapa há três anos consecutivos.