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Ribeiro Cristóvão

O disparate presidencial

30 out, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Os mandatos de Blatter têm sido marcados por gafes sucessivas, inaceitáveis numa figura com tão elevadas responsabilidades a nível mundial, em contraste com aquilo que foi, apesar de tudo, a conduta do anterior titular, o brasileiro João Havelange.

O disparate presidencial

Joseph Blatter, Presidente da FIFA, há muito que deixou de nos surpreender. Os seus mandatos têm sido marcados por gafes sucessivas, inaceitáveis numa figura com tão elevadas responsabilidades a nível mundial, em contraste com aquilo que foi, apesar de tudo, a conduta do anterior titular, o brasileiro João Havelange.

Blatter foi, durante vários anos, secretário-geral da organização, sem que aí tenha revelado especiais aptidões para vir a exercer o cargo que actualmente desempenha. Conseguiu ganhar as eleições no momento de colocar os votos na urna.

E aí, as federações africanas, às quais havia feito promessas irrealistas em troca dos seus votos, provocaram o desequilíbrio a favor do candidato suíço, dando-lhe de mão beijada um lugar para o qual viria a confirmar-se pouco preparado.

Ficam na história da modalidade algumas tomadas de posição com as quais Blatter surpreendeu a comunidade do futebol.
A mais recente, teve a ver com a realização do Mundial de Futebol no Qatar, no ano de 2022.

Participante na estranha escolha deste país do Médio Oriente para a organização do maior evento futebolístico internacional, o Presidente da FIFA não teve pejo em afirmar recentemente que se tratou de uma decisão errada e que, por isso, deveria voltar a ser objecto de estudo.

Por estes dias, Joseph Blatter ousou caracterizar de forma ridícula o jogador português Cristiano Ronaldo, fazendo afirmações de que não tardaria em arrepender-se.

A comparação com Messi, a qualquer nível, que é legítima em qualquer vulgar adepto do futebol, representa, por razões óbvias, terreno interdito ao Presidente da FIFA.

Blatter voltou assim a ser igual a si próprio: um dirigente irresponsável, incapaz da contenção verbal que se recomenda a uma figura com o seu estatuto, e de medir o peso das suas palavras perante plateias heterogéneas.

Com Michel Platini de um lado e Joseph Blatter do outro, ambos em concorrência permanente no que toca ao disparate, é caso para dizer que o futebol está bem entregue.