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Ribeiro Cristóvão

Pobre jogo, rica Taça

15 abr, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Depois do desfecho da primeira mão, no estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira, não sobravam dúvidas sobre qual deles, Benfica ou Paços de Ferreira, poderia subir ao relvado do Estádio Nacional, no próximo mês de Maio.

Pobre jogo, rica Taça

Desfeitas as dúvidas sobre o novo titular da Taça da Liga, tivémos esta noite a Taça de Portugal a reclamar as atenções das últimas horas, com o apuramento de um dos finalistas que, sem surpresa, acabou por ser o Benfica, regressado assim ao Jamor depois de uma longa ausência de oito anos.

Depois do desfecho da primeira mão, no estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira, não sobravam dúvidas sobre qual deles, Benfica ou Paços de Ferreira, poderia subir ao relvado do Estádio Nacional, no próximo mês de Maio.

É que a vantagem do emblema da águia era já tão evidente, que só um cataclismo de todo imprevísivel, poderia dar origem a uma reviravolta numa situação que se afigurava mais do que definida.

O jogo da Luz foi pobre e pouco condizente com a importância de uma meia-final da segunda competição mais importante do calendário português. A um Benfica sem fulgor, os pacenses procuraram dar resposta eficaz que lhes permitiu alcançar um empate em território adverso.

Não foi o resultado que mais agradou a Jorge Jesus, e isso ficou bem à vista na forma indiferente como no fim do desafio cumprimentou o treinador do Paços de Ferreira, um gesto que o responsável benfiquista bem poderia ter evitado.

O Benfica fica agora à espera do adversário a saír da dupla Vitória de Guimarães-Belenenses, dúvida que se irá desfazer daqui por poucos dias, preparando-se assim para cumprir mais um dos seus grandes objectivos nesta temporada.

Cliente habitual da Taça da Liga, cujas últimas quatro edições açambarcara, o Benfica marcou, no entanto, falta de comparência na final de Coimbra, por força do afastamento a que fora sujeito pelo o Sporting de Braga, precisamente o "carrasco" que o afastara da possbilidade de estar nessa festa.

E é justamente ao clube minhoto que são devidos todos os encómios, não apenas por ter inscrito o seu nome na pequena lista de vencedores mas, também e sobretudo, por ter vencido um crónico "papa-taças", o Futebol Clube do Porto, de forma inquestionável e sem favores de ninguém.

Senhores de um jogo que os dragões nunca foram capazes de contrariar, os "guerreiros do Minho" saíram de Coimbra "licenciados" em futebol, depois de terem reduzido a cisco um campeão crónico, que só não foi castigado por um resultado mais pesado porque aos bracarenses faltou bastas vezes a serenidade que se lhes pedia na hora de decisão.

Trata-se de uma conquista justa por parte de um clube que nos últimos anos tem revelado uma enorme capacidade de gestão em vários domínios, mas ao qual vinha faltando um título que ajudasse a cimentar esse percurso e a alcançar uma projecção superior.

Veremos, até que ponto, a Taça da Liga vai servir para lançar o Sporting de Braga para mais elevados patamares e a ser capaz de afirmar outras ambições.