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Francisco Sarsfield Cabral

Depois de Chavez

07 mar, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É sempre problemática a sucessão de líderes carismáticos, que centralizam em si quase todo o poder.

Hugo Chavez não era um ditador na plena expressão da palavra. Foi um populista autoritário, com grande capacidade de sedução pela palavra. E começou por se demarcar da enorme corrupção que há 14 anos marcava a vida política da Venezuela, formalmente democrática.

Ajudou os pobres, mas de maneira irresponsável: deu-lhes dinheiro, que o petróleo proporcionava, mas não tratou das causas da pobreza.

À ilusão de que o dinheiro do petróleo tudo resolve, Chavez somou um enorme poder pessoal, com medidas frequentemente pouco democráticas – como fechar rádios que não lhe eram favoráveis.

Entretanto, ganhou algum prestígio externo em parte da esquerda mundial, ao liderar uma frente contra os Estados Unidos, com Cuba, Bolívia e Equador, nomeadamente.

Hugo Chavez deixa a Venezuela com uma economia mais enfraquecida do que a existente quando ele se tornou Presidente, em 1999. E com uma sociedade mais dividida e violenta.

Haverá eleições presidenciais daqui a um mês, mas não será fácil o pós-chavismo.