Francisco Sarsfield Cabral

Supervisão bancária

06 fev, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Carlos Costa reformou e reforçou os serviços do Banco de Portugal depois do escândalo do BPN, mas começam a levantar-se dúvidas em relação às posições assumidas face a outros casos.

O Banco de Portugal, quando presidido por Vítor Constâncio, foi muito criticado por não ter agido a tempo de evitar o que se passava no BPN. Carlos Costa, o governador que sucedeu a Constâncio, consciente da perda de credibilidade do banco na área da supervisão, reformou e reforçou os serviços do banco central nessa área.

Mas começam a surgir casos que levantam legítimas dúvidas. Um deles é o triplo esquecimento do presidente do BES, Ricardo Salgado, de declarar rendimentos obtidos no estrangeiro. A situação está regularizada, mas Carlos Costa devia explicar o que o leva a considerar Ricardo Salgado idóneo para continuar a presidir ao BES.

Outro caso é a reestruturação da dívida de quase mil milhões de euros do empresário Carlos Saraiva a bancos. O director do “Jornal de Negócios” escreveu ontem que o Banco de Portugal devia mandar os gestores que autorizaram esses créditos fazer serviço comunitário.

“Não é que sejam malandros. Mas são incompetentes”. A importância de manter a estabilidade da banca não justifica tudo, acrescento eu.