PS: uma alternativa credível?

Quando se soube que os parceiros de Portugal no euro estão receptivos a que paguemos mais tarde, António José Seguro veio dizer que “o PS tinha razão!”. O PS há muito reclamava que o Governo devia pedir mais tempo e mais dinheiro à “troika”.

Só que há uma diferença. O PS pedia mais tempo para reduzir o défice, atenuando a austeridade. O tempo a mais que a UE nos irá dar não é esse, é o tempo para pagarmos os empréstimos no quadro da “troika”. Coisa que, aliás, já antes havia acontecido, sem que aparentemente o PS tivesse notado.

No início do programa de ajustamento, a maturidade média dos empréstimos da UE era de sete anos e meio. Em 2012, essa maturidade era já de 13 anos.

O líder do principal partido da oposição não pode enganar de forma tão descarada os portugueses. Não acredito que ele próprio não tenha percebido a diferença.

Horas depois de Seguro dizer que “o PS tinha razão!”, Silva Pereira, ex-braço direito de Sócrates, afirmou à Renascença que o PS ainda não é uma alternativa credível.

Não é, de facto. E Silva Pereira quer antecipar um congresso electivo no PS…