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Francisco Sarsfield Cabral

Em favor do realismo

23 jan, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A Constituição define direitos adquiridos, mas não gera recursos, lembrou a Dr.ª Teodora Cardoso ao “Público”.

Em favor do realismo
A maioria das famílias portuguesas mudou o seu estilo de vida, passando do consumismo à austeridade. Mas subsistem vozes irrealistas, reclamando, no fundo, o regresso ao consumismo do passado recente. Esquecem que grande parte da prosperidade de há vários anos era falsa, porque assente na dívida, com estagnação da economia.

Por isso, importa ouvir vozes realistas. Disse a Dr.ª Teodora Cardoso ao “Público” que a Constituição define direitos adquiridos, mas ela não gera recursos.

“Se não gerarmos internamente esses recursos e se os mercados financeiros não estiverem dispostos a financiar-nos, diga o que disser a Constituição não há maneira de garantir esses benefícios”.

E sobre os tão invocados direitos adquiridos, escreveu no “Diário de Notícias” o Prof. João César das Neves que muitos “dos supostos direitos adquiridos não foram de todo adquiridos, mas atribuídos irresponsavelmente com dinheiro alemão”.

É preciso enfrentar a realidade, em vez de julgarmos que basta pôr na lei um qualquer benefício para ele se concretizar. A ilusão leva ao desastre.