Francisco Sarsfield Cabral

A ditadura do relativismo

15 jan, 2013

Bento XVI critica frequentemente o relativismo - a ideia de que não há fundamentos sólidos para qualquer conclusão filosófica, ética ou até científica.

A ditadura do relativismo
Depois da modernidade, que entronizou a razão, estamos na era pós-moderna, que desconfia da razão. Passa tudo a ser uma questão de gosto, de inclinação pessoal, de sentimento. “Eu acho assim” – e pronto.

O Papa alerta para que o relativismo leva a uma concepção débil da pessoa, incapaz de ser a base de direitos humanos.

O filósofo Peter Singer, por exemplo, defende que um chimpanzé adulto vale mais do que um bebé de semanas. Mas não é um problema meramente teórico. As sociedades actuais estão impregnadas de espírito relativista.

Veja-se a reacção contra o eventual abate do cão perigoso que em Beja matou uma criança de ano e meio. Fala-se em dar uma segunda oportunidade ao cão, como se este fosse um caso de justiça e não de mera segurança. Coloca-se um animal no mesmo plano de uma pessoa, como se tivessem igual dignidade. Por isso a “ditadura relativista” (na expressão do Papa) é uma ameaça aos direitos da pessoa.