Emissão Renascença | Ouvir Online

Paulo Morais

Diferenças ibéricas

07 jan, 2013 • Paulo Morais

A crise é grave em Portugal e Espanha, mas, do outro lado da fronteira, beneficiam-se as pessoas, enquanto aqui se privilegiam os bancos, à custa do sofrimento da população.

Diferenças ibéricas
Os espanhóis iniciam 2013, tal como nós, debaixo das restrições que a crise, a já longa crise, nos vai impondo. Apesar de tudo, com algumas diferenças e claras vantagens para os nossos vizinhos, que irão ver as suas pensões e reformas aumentar; o mesmo acontecerá com as bolsas de estudo e com outros benefícios sociais.

Em contraste, a triste sina dos portugueses, já que todos, mesmo os mais pobres, irão sentir uma depreciação brutal no seu nível de vida, por via do aumento dos impostos.

Ao mesmo tempo, o Governo espanhol recusa liminarmente ajudar os bancos, razão pela qual nunca aceitou um resgate à portuguesa. A banca espanhola beneficia, de facto, de apoios europeus, a taxas bem favoráveis, de cerca de 1%, mas os apoios chegam directamente de Bruxelas aos bancos, sem comprometerem minimamente o estado espanhol.

Ao contrário do que por cá se passa, em que o Estado se endivida para depois colocar – ou melhor, enterrar – até doze mil milhões de euros na banca portuguesa.

Duas realidades: em Espanha beneficiam-se as pessoas, em Portugal privilegiam-se os bancos, à custa do sofrimento da população.