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Francisco Sarsfield Cabral

A recuperação africana

07 jan, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

São cada vez menos as populações de África que, por motivos de guerras, sobrevivem com menos de dois dólares por dia. Segundo o FMI, até os países sem petróleo cresceram à média anual de quase 5,5% nos últimos cinco anos.

A recuperação africana
A África subsaariana foi, durante décadas, considerada incapaz de se desenvolver. E, de facto, continuam a existir países africanos onde as pessoas ainda vivem, ou sobrevivem, com menos de dois dólares por dia. Sobretudo, por causa das guerras – como é o caso da República Democrática do Congo ou da República Centro-Africana.

Mas esses casos são agora excepções. Em 2012, a economia da África subsaariana terá crescido cerca de 5%, segundo o FMI. E não apenas em países com petróleo, como Angola, a Nigéria e o Chade.

As nações sem petróleo a sul do Saara cresceram à média anual de quase 5,5% nos últimos cinco anos, estima o FMI. Moçambique, por exemplo, cresceu quase 5% ao ano entre 1995 e 2010.

Já não é, pois, correcto considerar África um continente perdido. Os factores da viragem têm sido, sobretudo, a paz onde havia conflito armado, o investimento feito em infra-estruturas (principalmente pela China), uma demografia favorável (mais adultos a trabalharem para menos dependentes) e a subida do preço das matérias-primas. Um sinal de optimismo, contrastando com o pessimismo europeu.