Factos são factos. Não vale a pena discutir. Mais vale falar daquilo que é realmente decisivo para o futuro do país.
É excessivo o tempo que nós, portugueses, gastamos a discutir coisas que não deveriam merecer discussão. Por exemplo, meros factos: o défice orçamental foi de x ou de y? Já se avançou aí alguma coisa, mas ainda se debatem meros dados que conviria não serem controversos: factos são factos.
Depois, o Governo comunica mal, dando azo a interpretações diferentes. Nos últimos tempos, as televisões e as rádios transmitiram horas de debate a temas que haviam deixado dúvidas, assim como sobre eles se multiplicaram os comentários na imprensa e na blogosfera.
Temas como o futuro da RTP ou a hipótese de haver propinas no ensino secundário ou, ainda, a extensão a Portugal dos benefícios concedidos pela UE e pelo FMI à Grécia.
Em contrapartida, quase não se fala naquilo que é realmente decisivo para o futuro do país. Por exemplo, o envelhecimento da população e termos o segundo número mais baixo do mundo de nascimentos por mulheres em idade fértil.
À comunicação social também cabem aqui responsabilidades. Há que preencher espaços e tempos e é fácil inventar problemas.