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Francisco Sarsfield Cabral

A estratégia do bom aluno

28 nov, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Portugal já viu melhorados vários traços da assistência financeira, com mais tempo para cumprir os objectivos e as maturidades alargadas. Talvez a estratégia do PS não inspirasse tanta confiança como a do Governo.

A estratégia do bom aluno
António José Seguro e os seus correligionários têm multiplicado apelos a que o Governo negoceie com a “troika” condições mais favoráveis no apoio financeiro que nos está a dar. Por sua vez, Passos Coelho e Vítor Gaspar repetem que não pedirão mais dinheiro nem mais tempo.

Ora, Portugal já viu melhorados vários traços da assistência financeira concedida pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Assim, deram-nos mais um ano para cumprir os objectivos do défice orçamental inicialmente previstos; a Comissão e o BCE baixaram-nos o juro, que se situa agora em cerca de 3,5% (taxa que compara bem com o que pagávamos antes da crise); e as maturidades do empréstimo (isto é, quando deverá ser pago) passaram, na maioria, de 7,5 para 15 anos.

Agora, se a Grécia cumprir as condições do seu acordo com a “troika”, Portugal, assim como a Irlanda, beneficiarão de juros ainda mais baixos e de um prazo muito mais longo para pagar a dívida.

Ou seja, a estratégia do bom aluno compensa. Duvido que a estratégia do PS inspirasse a confiança necessária para nos darem estas condições de crédito.