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Francisco Sarsfield Cabral

Contradição europeia

23 nov, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

As questões do dinheiro sempre foram complicadas na UE. Mas, desta vez, arriscam-se a dificultar ainda mais a resolução da crise mais grave da história da integração europeia.

Contradição europeia
Todas as propostas para ultrapassar a crise da dívida soberana na Zona Euro apontam para mais integração europeia. Mais poderes de Bruxelas na apreciação dos orçamentos nacionais, união bancária com o BCE como supervisor geral, etc.

Mas as difíceis negociações para o orçamento da UE no período 2014-2020 mostram que a solidariedade entre Estados-membros está no ponto mais baixo de sempre. O que, por sua vez, traduz o desencanto da maior parte das opiniões públicas nacionais quanto ao projecto europeu.

Uma recente sondagem mostra que a maioria dos britânicos, não só continua a rejeitar o euro, como pretende que o seu país abandone a União (onde, verdadeiramente, a Grã-Bretanha tem estado com um pé dentro e outro fora).

As questões do dinheiro sempre foram complicadas na UE. Mas, desta vez, arriscam-se a dificultar ainda mais a resolução da crise mais grave da história da integração europeia. Crise que, no fundo, é mais política do que económica ou financeira. E que pode dar cabo de um projecto único no mundo, juntando países que se guerrearam durante séculos.