Quando o Governo tomou posse, o ministro das Finanças disse que ainda não era possível fazer cortes racionais na despesa do Estado. Passado mais de um ano, a reforma continua por fazer, mas estudo de 2003 dá orientações.
Quando este Governo iniciou funções não teve tempo sequer para se sentar. À beira da bancarrota, teve que actuar rapidamente em múltiplas frentes.
Disse então o ministro das Finanças que ainda não era possível fazer cortes racionais na despesa do Estado – isto é, não havia tempo para reformar a Administração Pública, cortava-se onde fosse possível no imediato.
Entretanto, passou mais de um ano e a reforma do Estado continua por fazer. Por isso, são modestos os cortes na despesa pública até agora realizados. Há dois dias, o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, disse no Parlamento que o Governo vai redefinir as funções do Estado para cortar despesa.
Este programa vai ser discutido em Novembro com a “troika”.
Reduzir despesa pública não é fácil, até porque muita dela vai para salários e pensões. Mas, em 2003, como lembrou o “Diário Económico”, um estudo pedido pela então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, concluía que grande parte do Estado trabalhava para a burocracia.
Aí é que se deve cortar – mais vale tarde do que nunca.