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Francisco Sarsfield Cabral

Outra austeridade

25 set, 2012

Talvez muitos de nós tenham tido a ilusão de que o recuo do Governo na TSU significaria menos austeridade em 2013.

Outra austeridade
Ora a troika foi clara: só aceita modificar a medida negociada há semanas desde que o resultado orçamental seja de valor idêntico. Haverá, porém, alguma mudança no sentido da equidade: o capital e o património vão pagar mais.

O problema de fundo está em que a execução orçamental até Agosto (ontem divulgada) confirma que a austeridade não está a resolver o problema do défice das contas do Estado. Subiram os impostos, mas as receitas fiscais desceram. O desemprego aumentou mais do que o Governo contava e por isso dispararam das despesas com subsídios de desemprego.

Ora a previsão oficial é de que no próximo ano a austeridade, podendo revelar-se um pouco mais justa, será maior do que a deste ano. Daí que a recessão só por milagre será travada em 2013. E depois será precisa ainda mais austeridade, numa espiral recessiva, a maior ameaça que paira sobre a economia portuguesa. Quebrar este ciclo vicioso é agora o grande desafio do Governo – e da troika.