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Ribeiro Cristóvão

Justiças

11 set, 2012 • Ribeiro Cristóvão

José Veiga, Luís Duque, Rui Meireles e João Vieira Pinto, acabam de ser metidos no mesmo saco e punidos com penas tão pesadas que ferem de morte a sua credibilidade.

Justiças
Ao contrário da Justiça desportiva, que prossegue a sua marcha inexorável criando casos muitas vezes difíceis de perceber, a Justiça civil ainda nos consegue surpreender, não obstante a lentidão que marca os seus desenvolvimentos em tantas ocasiões.

Num caso, e como exemplo recente, temos a decisão tomada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, visando comportamentos pouco recomendáveis do treinador Jorge Jesus.

É verdade que não surpreendeu ao demorar seis meses a apreciar o processo, por se tratar de um procedimento a que há muito todos nos habituámos, mas o seu resultado final e as circunstâncias de que se rodeou, essas deixaram a comunidade desportiva surpreendida.

E neste aspecto é sobretudo relevante o voto contrário do Juiz presidente e, mais ainda, a declaração de que o fez acompanhar.

Por tudo isto, a má imagem deixada anos a fio pelos órgãos da justiça federativa continua viva e actuante. Infelizmente.

A Justiça civil, essa, voltou a actuar deixando mais um aviso sério ao futebol e a alguns dos seus conhecidos protagonistas.

José Veiga, Luís Duque, Rui Meireles e João Vieira Pinto, acabam de ser metidos no mesmo saco e punidos com penas tão pesadas que ferem de morte a sua credibilidade.

De todos estes, os que estão ainda estão ao serviço do futebol, e se realmente o querem prestigiar, têm agora necessariamente de reflectir sobre a posição a assumir face à continuidade nos cargos que desempenham, mesmo que as punições a que foram sujeitos tenham sido passíveis de recurso.

Num tempo em que a crise anda de boca em boca e mexe com a bolsa de toda a gente, fraude fiscal e branqueamento de capitais tornaram-se expressões demasiado fortes para que não sejam levadas muito a sério e, sobretudo, não tenham verdadeiras consequências.