Vem aí mais uma redução nos efectivos das Forças Armadas.
Continuamos a ter militares a mais – 4 mil por milhão de habitantes, contra 3 mil em Espanha e 2 800 no Reino Unido. É ao nível dos postos superiores – generais, nomeadamente – que o excesso é maior.
O Estado português gasta 77% do orçamento militar em custos com o pessoal, a segunda taxa mais elevada da NATO. O que prejudica as despesas em equipamentos, que entre nós são metade da média da NATO. Ora as tarefas militares requerem, hoje, equipamentos sofisticados e caros. Entretanto, acabou o serviço militar obrigatório e profissionalizou-se a carreira das armas.
Os militares intervieram frequentemente na vida política nacional nos últimos 200 anos. O 25 de Abril foi a derradeira intervenção. Com a democracia e sobretudo com a entrada do país na CEE a hipótese de um golpe militar desapareceu e a importância das Forças Armadas na sociedade baixou.
Os políticos têm feito escassa pedagogia da necessidade das Forças Armadas num país como é hoje Portugal. Os militares sentem-se injustiçados sobretudo por causa disso.