Foi empurrado do poder por Merkel, mas já se prepara para as próximas legislativas. Itália e Europa ficam a perder.
Sílvio Berlusconi abandonou o cargo de primeiro-ministro de Itália há oito meses. Foi empurrado do exterior, sobretudo, por Angela Merkel.
É que os problemas financeiros de Itália não se compadeciam com um primeiro-ministro tão descredibilizado como Berlusconi. Anunciara que iria reformar a economia italiana e, afinal, preocupou-se antes com livrar-se de uma série de processos em tribunal.
E ficaram lamentavelmente célebres as suas festas “bunga-bunga”.
Quando saiu, Berlusconi disse que não iria regressar. Como tantas vezes acontece com políticos, é isso mesmo que ele está agora a fazer – através de sondagens, contratação de consultores, multiplicação de entrevistas na comunicação social, etc., com vista às eleições legislativas na próxima primavera.
A perspectiva de um regresso de Berlusconi é uma ameaça ao excelente trabalho que Mário Monti, um independente, está a realizar. É uma péssima notícia para a Itália e para a Europa, numa altura em que se agudizam os problemas das dívidas soberanas.
É que, depois de Espanha, a Itália será o alvo da especulação nos mercados.