“Troika” veio arrumar a casa e pôr às claras gastos do Estado que não ficavam registados no Orçamento.
A “troika” é vista por muitos portugueses como maléfica, porque – sem legitimidade democrática – nos impõe grandes sacrifícios. Esquece-se que a “troika” zela pelo cumprimento das condições de quem nos emprestou dinheiro (Comissão Europeia, BCE e FMI), evitando-nos a bancarrota. Condições que constam de um memorando negociado pelo anterior governo do PS e também subscrito pelo PSD e pelo CDS.
Não é preciso concordar com todas as posições da “troika” para julgar positivo ela vir trimestralmente a Portugal controlar o cumprimento do memorando. Sem esta vigilância, provavelmente deixaríamos muita coisa na mesma.
A procuradora Maria José Morgado disse há dias que a “troika” veio arrumar a casa. E que graças a esta se estão a descobrir gastos do Estado que não ficavam registados no Orçamento. Assim poderá melhorar a transparência das contas públicas, isto é, da aplicação do nosso dinheiro.
Um exemplo: o ex-juiz do Tribunal de Contas Carlos Moreno considera chocante a rentabilidade que o Estado garantiu aos privados nas célebres PPP. À nossa custa, claro.