Não é por falta de alimentos que quase mil milhões de pessoas actualmente passam fome.
No fim de Outubro passado, a população mundial atingiu os sete mil milhões de pessoas. Apesar da tendência para a queda da natalidade, o mundo deverá ultrapassar os nove mil milhões em meados deste século, graças à subida da esperança de vida e ao forte crescimento da população africana, que se prevê duplicar até 2050.
Ouvem-se preocupações com uma possível falta de alimentos para toda esta gente. Mas, hoje, já se produz no mundo o dobro da comida necessária para alimentar a população existente.
Não é por falta de alimentos que quase mil milhões de pessoas actualmente passam fome. É porque os alimentos estão mal distribuídos. E porque há um enorme desperdício de comida, no seu transporte e no seu consumo em restaurantes e em casa.
Sucessivos Papas têm chamado a atenção para o escândalo de a humanidade ter atingido a possibilidade técnica de eliminar a fome e, no entanto, ela afectar um sétimo da população mundial. E não será por haver mais gente que a quantidade de alimentos faltará, não acompanhando o aumento dessa população. O problema não é de produção, é de distribuição.