A Igreja está disponível para acolher refugiados sírios, tal como acolheu retornados das ex-colónias há 40 anos. A garantia foi deixada em Fátima.
A crise dos imigrantes na UE é preocupante. Ela põe em causa valores humanistas essenciais da integração europeia, como a solidariedade, a tolerância e a abertura ao outro.
Portugal é directamente menos afectado do que outros países europeus, mas incomoda saber que portugueses emigrados, em França nomeadamente, se contam entre os adeptos de partidos racistas e xenófobos, que têm na luta contra a imigração a sua principal bandeira. Bem sei que não é uma atitude original: nos Estados Unidos, país de imigrantes, é grande a hostilidade contra... novos imigrantes.
Neste quadro, foi bom ouvir o apelo feito em Fátima pelo bispo D. Manuel Linda, no sentido de os peregrinos serem exemplares no acolhimento aos imigrantes. E lembrou que a defesa da dignidade e dos direitos do migrante e do refugiado é transversal a toda a Bíblia.
Na peregrinação anual a Fátima dos emigrantes não houve apenas palavras: D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, afirmou que a Igreja está disponível para acolher refugiados sírios, tal como acolheu retornados das ex-colónias há quarenta anos. Uma pedrada no charco.