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Francisco Sarsfield Cabral

Os EUA e os crimes económicos

01 jun, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Em regra, os americanos não têm contemplações com o crime económico. Mas no sector da banca, a actuação dos EUA em matéria criminal tem sido justamente criticada.

Talvez por o futebol (“socker”) contar pouco nos Estados Unidos, o FBI desencadeou uma operação de grande alcance contra a corrupção na FIFA. E ainda a procissão vai no adro...

Apesar de serem os campeões do capitalismo (ou talvez por isso mesmo), em regra os americanos não têm contemplações com o crime económico. E foi a pressão de Washington que abriu o tradicional segredo bancário suíço, para combater a fuga aos impostos.

Mas no sector da banca a actuação dos EUA em matéria criminal tem sido justamente criticada. Grandes bancos internacionais, americanos e europeus sobretudo, têm sido alvo de multas enormes nos EUA por causa de infracções e crimes financeiros. Só em 2014 essas multas atingiram quase 80 mil milhões de dólares.

Só que nenhum gestor dos bancos multados foi preso, nem qualquer banco faliu (no passado, banco nos EUA que admitisse ter cometido um crime era obrigado a falir). Agora, os gestores dos bancos em causa acordaram com as autoridades americanas o pagamento de multas chorudas, naturalmente com dinheiro dos accionistas, com a condição de tudo ficar apagado. Isto não é justiça.